Cara, estou eu saindo do shopping, depois de passar
bem uns dez minutos procurando meu carro, por uma daquelas cancelas onde
aceitam o Sem Parar. Na minha frente tem um corsa, uma mulher doida (a terceira,
só essa semana, que vejo precisar abrir a porta do carro e sair dele para
colocar o cartão na maquininha)... Deve ser falha genética essa dificuldade feminina
para se aproximar do sensor de estacionamento. Pois não entendo como SEMPRE que
vejo essas criaturas tentando sair de shoppings e supermercados, ao contrário
de estarem a 5 cm de proximidade do sensor, estão a 20m de distância. Tento
ficar tranquila, e exercendo minha educação exagerada, não buzino e nem grito. Enquanto
penso sobre o enigma feminino e as cancelas do mundo, o acompanhante da mulher
do corsa, logo a minha frente, sai do carro, caminha em minha direção e me
manda baixar o vidro. Fico assustada, perco o rumo dos pensamentos. Acho que é
assalto, apesar de o cara parecer mais um fazendeiro do que um bandido...
- Owww - ele se comunica
com o cartão de estacionamento na mão – Você sabe onde a gente paga isso
aqui?
Tento não mostrar que estou assombrada com a pergunta,
e cordialmente o respondo:
- Ali dentro do shopping. No guichê do estacionamento.
- (Vejam que o óbvio nem sempre é tão óbvio...)
Atrás de mim já tem uma pequena fila de mais três carros.
A mulher continua empacada na cancela, impedindo o fluxo dos motoristas que
querem passar pelo Sem Parar. Os motoristas começam a buzinar. O parceiro dela,
que caminha de volta em direção ao shopping para pagar o ticket, grita desde
longe:
- Saí daí, Pauleteee! Deixa o pessoal passar!
A mulher, que parece ter saído do túnel do tempo, com permanente
e corte selvagem nos cabelos, grita desde a janela do carro, depois de colocar
a cabeça para fora:
- Eu não sei dar Rééééé!!!!!!!!!!!!
Oi?????
Eu, no lugar dela, se não soubesse dar ré (?) jamais seria
sincera dessa forma, e ao invés de
dizer a verdade, teria colocado a culpa da minha burrice no carro:
- Desculpem o inconveniente, pessoal! Mas o carro deu
pane! – E então, esperaria até meu companheiro voltar com o ticket pago, para
como em um passe de mágica, colocar novamente o carro em funcionamento (para
frente, claro), e desaparecer cantando pneus!
Ai gentemmm, Su su su surreal! Como
criaturas assim, que só sabem andar para frente, conseguem colocar o carro na
estrada? Ou melhor, tem a coragem de dirigir por aí?
Achei que estava em uma pegadinha... Mas foi verdade!
Silvio Santos diria: Isso é incrível!
Podem me chamar de
machista, mas algumas mulheres no volante...
Bem, pelo menos o
perigo é constante, porém, em vista
do que os machos fazem, nada severo... Apenas um pouco ridículo...