Psicofobia? Eu?
Da depressão à vida virtual nossa de cada dia!
Comecei esse Post inspirada pelo vídeo acima, e aí me estendi...
Para começo de conversa, não
acho que o jornalista Prates esteve correto ao expor o “deprimido” dessa forma
tão singular e generalista como gritou na TV. Por outro lado, também não o vejo
de todo errado, mas apenas simplista demais, além de insensível.
O que não concordo de forma
alguma é saber que sua oratória eloquente - que sempre o enalteceu e
glorificou na singularidade RARA de discurso sincero - foi a mesma que o levou a perder
seu emprego! (Isso sim é deprimente) :(
Depressão
não é uma entidade divina para decidirmos se acreditamos na existência dela ou
não como Prates sugere aqui.
Depressão é a doença “moderna” que há séculos existe!
A gente se deprime por achar
que estamos sozinhos, quando na maioria das vezes, é a companhia das pessoas
que nos deprime. Nos deprimimos quase sempre não por nós mesmos, mas por aquilo
que outros nos trazem (ou nos tiram): Por não sermos aceitos, pelas ofensas que
recebemos; pelo que pensam e dizem de nós, ao sermos rejeitados por quem
amamos... É essa constante expectativa de agradar e ser aceito que minou o ser
humano de frustrações, inseguranças e doenças psicossomáticas.
“Bullying” pode parecer um neologismo, mas não é. Rebaixar outra pessoa é hobby praticado por uma quantidade infinita de seres humanos uns contra os outros desde que o mundo é mundo e o homem se conhece por gente. Parece que está no nosso gene isso. Apresentando-se a oportunidade e a vítima, o ser humano gosta muito de tripudiar sobre o vizinho, sempre que possa perceber lágrimas, humilhação ou o sofrimento desse; pois secreções e dor alheia são os objetivos de quem maltrata.
“Bullying” pode parecer um neologismo, mas não é. Rebaixar outra pessoa é hobby praticado por uma quantidade infinita de seres humanos uns contra os outros desde que o mundo é mundo e o homem se conhece por gente. Parece que está no nosso gene isso. Apresentando-se a oportunidade e a vítima, o ser humano gosta muito de tripudiar sobre o vizinho, sempre que possa perceber lágrimas, humilhação ou o sofrimento desse; pois secreções e dor alheia são os objetivos de quem maltrata.
Maus tratos,
para a infelicidade de muitos, continuam sendo perpetrados e sofridos na vida
adulta, no trabalho, na família e no casamento de muitos. E não só de passado
se alimenta a tormenta, mas também de perdas e derrotas que surgem no
presente.
Aí entra a psicologia para
tentar entender um monte de doenças que a cabeça, enquanto pensa e sofre,
trabalha inconscientemente para adquirir. Por que algumas pessoas maltratam?
Por que outras são maltratadas? Atormentamos por que fomos atormentados ou somos
tão atormentados que por isso maltratamos? Por que o maltrato existe na nossa
vida e na história da humanidade? Por que a indústria farmacêutica é mais rica
agora do que nunca? Inventamos doenças ou remédios para doenças que não temos são inventados?
Não sou expert nem em
psicologia e nem em depressão, mas suponho que o indivíduo nasce livre, e não
deprimido. E quando digo, “livre”, quero dizer que nascemos sem
julgamentos, opiniões, experiência, preconceitos, lembranças..., ou seja, toda
a bagagem vivencial particular que nos fará um ser muito ou pouco
feliz no futuro, muito ou pouco equilibrado. Assim, falando de uma forma mais
simplista, parece que a depressão é uma doença interna causada por
fatores externos.
A incógnita de suma importância
seria não somente desvendar o
desencadeamento de uma depressão, mas principalmente, como solucioná-la
de forma efetiva. Tendo como premissa os fatores: passado, presente, futuro;
traumas, mortes, separações... Ansiedade, expectativas, produtividade (ou anti),
condição financeira, consumo, consciência, desejos e outras N necessidades ímpares, fica impossível limitar a depressão em um significado singular,
já que tratamos aqui de uma doença de caráter subjetivo que vai depender muita da forma como (ou porque) o indivíduo a
incorpora, e então, como ele reage. Se ele luta para derrotá-la ou se adapta à nova
condição. Se consegue fazer da depressão uma fase temporária ou a permite instalar-se
definitivamente em sua vida. E quem conduz quem aqui nessa relação entre doente
e doença? A depressão gerencia a vida do sujeito ou ele a ela?
Não se pode deletar
pensamentos com um clique, nem deixá-los on ou off line ao
bel prazer.
Usando-se da inclusão digital como arena para gladiadores, as redes sociais mostram com muita propriedade que nunca se praticou
tanto bullying quanto agora. "Socializar" na vida virtual significa principalmente: Fazer inimigos e polemizar.
Finalmente temos o poder de
sermos "juízes" de tudo que acontece no mundo!
Em geral, a internet
parece uma ferramenta para detonar o próximo, sempre que esse próximo esteja
de alguma forma em foco. Ouve-se
falar muito sobre democracia e “direito de expressão” nos últimos tempos,
deixando a impressão que todos podem praticá-la exasperadamente como direito
singular, enquanto ao mesmo tempo, contraditoriamente, não se aceita quando
esse direito é exercido por outro.
Na era digital, o internauta assume a função de trollar tudo que é notícia, e isso inclui o envolvido na manchete pessoalmente, e o próprio autor da notícia, senão com argumentos, mas com violência verbal e selvageria. Foi-se o tempo onde “opinião” era apenas fazer um julgamento concreto ou ter uma ideia pacífica sobre algo. Hoje, “opinião” equivale a bestialidade e desrespeito. Por isso quando o título de uma manchete tem cunho de escândalo (e quando não nos dias de hoje?), as pessoas preferem ler os comentários à notícia em si. Não importa quem seja: vítima de acidente ou violência, celebridade, jornalista, político, empresa ou empresário... Tendo eles opinião sobre algo e vindo essa opinião à mídia, eles sempre serão ofendidos de alguma ou de todas as formas nos Posts divulgados em redes sociais, pois lá estará a parcela do mundo que os ama, porém, com mais força, os odeia intensamente.
Na era digital, o internauta assume a função de trollar tudo que é notícia, e isso inclui o envolvido na manchete pessoalmente, e o próprio autor da notícia, senão com argumentos, mas com violência verbal e selvageria. Foi-se o tempo onde “opinião” era apenas fazer um julgamento concreto ou ter uma ideia pacífica sobre algo. Hoje, “opinião” equivale a bestialidade e desrespeito. Por isso quando o título de uma manchete tem cunho de escândalo (e quando não nos dias de hoje?), as pessoas preferem ler os comentários à notícia em si. Não importa quem seja: vítima de acidente ou violência, celebridade, jornalista, político, empresa ou empresário... Tendo eles opinião sobre algo e vindo essa opinião à mídia, eles sempre serão ofendidos de alguma ou de todas as formas nos Posts divulgados em redes sociais, pois lá estará a parcela do mundo que os ama, porém, com mais força, os odeia intensamente.
Odiar passou a ser necessário;
que nos digam Rachel Sheherazade, Lobão, Ed Motta, Jean Wyllys, Carlos
Prates... Personagens de opinião, que racham a sociedade entre o amor e o ódio.
Entre o concordo e não concordo. Entre o Te amo e Te odeio.
Podemos tudo e nada. Queremos respeito, mas não respeitamos. Esperamos por justiça, mas somos os primeiros a sermos injustos.
Podemos tudo e nada. Queremos respeito, mas não respeitamos. Esperamos por justiça, mas somos os primeiros a sermos injustos.
Ah, sim, queremos pessoas menos compradas, com
opiniões próprias e corajosas na mídia (desde que a verdade delas NUNCA nos
contrarie, é claro)!
A internet passou a levar informação às pessoas, em tempo real, derrubando barreiras até de distância - fato que deveria ser positivo em todos seus aspectos - mas não é. Da notícia ao pensamento: Manipulação! E o pior é que nem percebemos mais a falta de coerência ou conectividade da informação: Sobre o que lemos, e também, sobre o que comentamos!
O que notamos em tempos de Internet são pessoas
ainda mais isoladas; suas casas mais sujas pela falta (ou sobra?) de tempo. Pela improdutividade! São menos
bate-papos de bar, e muito mais conversas através de aplicativos e redes. Hoje vemos
menos gente caminhando com o olhar para frente. Os jovens têm menos horas de aulas e mais horas de acesso de qualquer coisa. Lê-se menos elogios, e muito
mais ofensas. Hoje temos menos atenção pelo que importa e mais pelo que
interessa; temos menos livros e mais entretenimento virtual. Menos brinquedos e mais jogos on line; menos jornais nas mãos em contrapartida de muito mais Posts no FB.
Nos comentários da massa é onde encontramos pessoas ainda mais cheias
de ódio, frustrando-se por serem estimuladas a consumirem o que não podem consumir
(não pela falta de desejo, mas de condições). Querendo ser iguais ao famoso da revista X, ou participar do BBB; inferiorizando-se por não terem as pernas de Sabrina, a boca de Angelina, ou a voz de Beyoncé.
Muitos, fantoches da mídia, haters e trolls, incapazes de
se questionar, aproveitando-se da Internet para destilar mais uma ofensa a
favor disso ou daquilo, sendo contra isso ou contra aquilo, vestindo camisetas
que dizem absolutamente nada em nome de menos uma fobia. Causas vazias, preconceitos abertos, raivas
dilaceradas, foco de depressões múltiplas e generalizadas. “Opiniões”
ditatoriais, bizarras, burras, manifestadas em erros ortográficos assustadores.
No tribunal da internet, a “justiça do povo anônimo” enforca se o ladrão rouba, apoia o estupro à mulher de minissaia, ri e tripudia sobre a desgraça humana... A internet proporcionou a oportunidade de conhecermos um universo de mentalidades diferentes (algumas de fato brilhantes, outras tão somente estúpidas), capaz de guiar e conduzir indivíduos a não pensarem mais. Depressão digital! Exclusão racional! Era de tolos ainda mais tolos!
O século do xingamento é
agora!
Que tipo de influência a
inclusão digital está exercendo em nosso comportamento? Até onde podemos ser
manipulados pela forma como a notícia é conduzida pelas mídias? A tecnologia
rompeu barreiras na comunicação, mas ao mesmo tempo, será que não nos isolou
ainda mais? Ela liberou nossa valentia
ou nos deixou muito mais covardes?
Você? Consegue usar as redes
sociais sem se alienar? Questiona o conteúdo da informação que lê? É do tipo
reflexivo ou estilo marionete? Pratica o bem ou o mal através dessas redes?
Aprende ou desaprende com ela? Ganha ou perde ao colocar na balança o tempo que
disponibiliza ali?
Você está mais feliz hoje, depois de estar “digitalmente incluso”
ou começou a se deprimir frente a tanta informação inútil e perda de tempo on
line, envolvendo-se com gente que odeia tudo, deprimindo-se e deprimindo-o... com tantos fatos e fatos, futilidade e alienação?
PS: ... E quando você fala que
não tem FB e genéricos, não quer mais usar Whatsapp e paliativos... o povo acha
que o sem noção é você...
Nunca tivemos tanta tecnologia e fomos tão imbecis ao mesmo tempo!
《低头人生》
Posted by 李金雄 on Domingo, 19 de abril de 2015