De todas as vezes que estive
nessa farmácia (A Mais Econômica), TODAS as vezes me perguntaram se eu tinha o cartão
deles, e TODAS as vezes eu disse que não, e NENHUMA vez jamais me ofereceram o cartão.
Bem, talvez uma ou outra, mas dizendo que eu não tinha interesse, os próprios balconistas
me repassavam os descontos na minha compra sem maiores bláblás. Vamos e
venhamos que esses “descontos” que o
“cartão fidelidade” de farmácias proporciona é pura balela, mas tudo bem... A
gente finge acreditar que eles estão “dando”
algo e participa do jogo maravilhoso de benefícios exclusivos a clientes fieis.
Eis que estando em uma das
farmácias dessa rede hoje, fui atendida por uma balconista com cara de cólica diarreica
(que nunca antes vi na vida). Tá, ok! A gente não precisa ser amigo de todo
mundo e simpatizar geral, mas ser bem atendido quando compramos um produto ou serviço,
não é nada mal, né? Um bom-dia, um sorrisinho, um até logo e volte sempre...
Sei lá! Cordialidade é de graça e sempre gera retorno, mas os atendentes de
algumas empresas acham que trabalham demais, que são mal pagos, que aturam clientes
chatos paKaraio... e assim, já chegam logo de começo metendo um foda-se no
atendimento. Pelo mau atendimento que recebi, eu já queria perguntar de cara se
ela não gosta do que faz... mas não fiz, e preferi devolver a cara de cólica
dela com a minha.
Bom, até aqui nada do outro
mundo, então vamos ao motivo do Post (que também não é nada do outro mundo, mas
eu quis contar mesmo assim):
Ainda no balcão, a
balconista me pergunta se tenho o tal cartão fidelidade, e como sempre, digo
que não. Ao contrário de passar logo o desconto como todos seus colegas fazem,
ela emburra ainda mais a cara e me pergunta bem desaforada:
- Mas vai fazer, né?
- Não, não vou. – Afirmo, e
completo: - Sempre recebi o desconto – ao mencionar desconto abro aspas imaginárias com as mãos – sem ter o cartão.
- É, mas o certo é o cliente
fazer!
- Certo pra quem?
- É assim que a coisa
funciona, senhora!
- Funciona pra quem? Olha
aqui, - digo isso e dou uma empinadinha no nariz – você vai fazer ou não?
- Vamos fazer o cartão? É rapidinho!
– Ela chega quase a sorrir, supondo que eu me fidelizaria a eles, em comunhão
universal de bens.
- Não. Você vai fazer o
desconto, ou não?
- Mas sem cartão? – Ela emburra
novamente, chegando a dar um passo para trás.
- Esse papo de cartão de novo? – Começo a me enfezar, e
a garota ainda mais. Ela pega o medicamento e sai bufando com ele até o caixa,
resmungando entredentes.
Sem ter escutado o que a
mesma disse, vou atrás dela, e pergunto, curiosa, querendo ouvi-la:
- O que você disse?
Aparentemente, agora,
estamos lutando por uma espécie de poder invisível. Quem tem ou não a maldita razão?
E então, mesmo sem me olhar
nos olhos, ela se faz entender:
- Que o certo é fazer o cartão!
Vou passar aqui e dar o desconto, mas não
podemos fazer isso!
Ela chega exatamente no
ponto que eu queria, colocando a corda no próprio pescoço:
- E se não podem, por que fazem?
Nem estou entendo sua angustia... – me faço um pouco de louca, para ela
perceber que a louca é ela.
A balconista fica sem
palavras, e me aproveitando da paralisação cerebral que ela sofre, continuo:
- Deixe de má vontade! Se você
pode dar o desconto, por que não dá logo de uma vez, e para de bobagem? Parece que
estou tentando algo criminal aqui!
Percebo-a empalidecer.
- Já passei o desconto.
Desculpe, mas as regras são assim. – Agora ela está com o rabo enfiado entre as
pernas. Certamente, não teve um bom dia...
- Você não gosta do que faz,
não é mesmo? – Finalmente pergunto, e pego meu saquinho, virando-lhe as costas,
depois de agradecer.
Conclusão do caso de
poderes: Se ela tivesse batido o pé, dizendo que é obrigatório fazer o tal cartão
fidelidade (fala sério? Fiel a uma farmácia? Give me a breake!), eu teria feito. Se tivesse
me dito que as regras mudaram, e que agora para o cliente ganhar o desconto,
fazer o tal cartão é imprescindível (ou do contrário ela não venderia mais
barato), eu teria feito. Mas não é. Não era.
Tanto que ela me deu o desconto sem eu ser fiel
a eles, e ainda mostrou a amargura de seu atendimento frente a colegas e outros
clientes que estavam ali.
Eu não gosto mesmo de fazer cartões
idiotas se posso evitá-los, mas não é uma regra inquebrantável essa a minha...
Tudo poderia ter sido diferente com aquele tal sorrisinho e cordialidade que não recebi...
“Vou fazer, mas não podemos!”...
Ora bolas, então não façam,
e não encham a paciência! Adotem uma postura padronizada e não joguem seus
comportamentos imbecis, um dia assim e no outro assado, para cima de seus clientes,
como se fôssemos bandidos!
Essa ela poderia ter
evitado...