Querido povo do meu Brasil, morando nele ou não:
Anuncio que Diário de um amoral está disponível no Amazon:
- Formato: Edição Kindle
- Número de páginas: 330
- Vendido por: Amazon do Brasil Ltda
- Idioma: Português
- Autora: Geyme Lechner Mannes
Apesar de ter
terminado “Diário de um amoral” em 2012, ele só está chegando a nosso país
agora, pois além de eu ter morado esse período na Alemanha, a obra estava com
uma editora de Munique.
Bom, aproveitando
a oportunidade de morar no Brasil agora, começo a recuperar aquele brilho de néon
para conquistar um lugar ao sol, retomando as atividades literárias,
estacionadas há mais de um ano.
Diário
de um amoral é a resposta
para os meus leitores do blog, aqueles que pintavam sempre aqui, e conheciam
apenas meus posts, mas não meus livros, e diziam: "Seus livros devem ser muito engraçados...!"). Mas não.
Não eram. Não são. Meus dois primeiros livros são dramas pesados, com um fundo
psicológico tão crazy que é quase impossível não fazer o leitor chorar,
arrepiar-se, arrancar os cabelos... e até mesmo (algumas vezes) levá-lo a supor que a
autora é meio biruta.
Para quem gosta
do gênero irônico, debochado, meio “porra louca”, e quer saber mais como se
ridiculariza a vaidade e o exibicionismo das pessoas nessa sociedade atual onde
a beleza é mais importante que a inteligência (Credo!! Mas juro que é verdade),
essa obra promete... Se não mexer com você, certamente mexerá com seu vizinho,
amante, cachorro, amigo... Pois ela tem um propósito acidental de mexer nas
suas feridas e cutucar os seus calos, queira você ou não.
Diário
de um amoral é narrado em
primeira pessoa pelo personagem fictício Niki Kraut, um ex-jogador do Bayern de
Munique. Fiquem tranquilos! O livro não é sobre bolas (pelo menos não as de
plástico), mas sobre o drama que cerca a vida dos machões e suas muitas
mulheres, de suas relações mal resolvidas e vividas, das infidelidades, e
sobretudo: Da vaidade que cinge o meio onde vivemos e ruminamos, seja ele
artístico ou não.
Que tal apresentá-los
a sinopse?
Sua primeira mulher o abandona para ir atrás de um homem sem rosto com quem sonha noites a fio. A segunda, tenta exorcizá-lo. A terceira, escreve um livro calunioso a seu respeito. A quarta, tenta matá-lo. Ele tem poucos amigos, é egocêntrico e autodestrutivo, sarcástico e infiel. Esse é o retrato de Niki Kraut, o artilheiro do amor do Bayern de Munique - um dos melhores jogadores de futebol alemão de todos os tempos - que tem sua vida afetada na Liga dos Campeões em 99 ao fazer dois gols contra.“Milão ou Madrid, não importa, desde que seja na Itália!”Desajeitado com palavras, sentimentos e relações amorosas, ele não consegue gostar de ninguém por mais de três meses, tampouco, ser fiel. Sua forma de agir e pensar será alterada quando conhece Cora Grimm, a modelo louca das revistas e namorada de seu melhor amigo, parecida com ele apenas nas diferenças.Niki Kraut não é o mais bonito dos homens, tampouco o melhor sucedido, mas possui um imã irresistível para as mulheres, tanto para que o amem quanto para que o odeiem.
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PREFÁCIO
Somos todos idiotas
Todo aquele que escreve sobre
a própria vida acredita ter uma história interessante para contar. O cara do
diário ou da autobiografia - publicada e de preferência: “Não autorizada” - mexe
com a vida dele ou com a dos outros, não importa! Ele escreve um monte de
baboseiras, sonhando em ficar conhecido e reconhecido. Pensa que conseguirá
ajudar o mundo com sua experiência - ou com seus escândalos - ganhará o Nobel,
dará entrevistas na TV e tirará proveito de pessoas idiotas (que são tão
idiotas quanto ele, só que ainda não sabem). Quando me refiro a “idiota” não pensem
que me excluo do grupo fingindo ter uma posição mais inteligente. Não! Temos
vocação para a idiotice, isso faz parte do nosso talento! Eu, você, sua
família, amigos, os melhores professores que você teve... Ninguém está livre de
ser idiota, é o preço que pagamos ao nascer. Na vida, tudo que nasce, logo
acaba e morre, menos a idiotice que é eterna, universal e infinita. A idiotice
é a única característica humana que não tem preconceitos, não escolhe sexo,
nacionalidade, credo ou cor. Somos todos idiotas: quem não é já foi, quem não
foi, logo será!
Tem escritores vendendo fórmulas
de felicidade em um gênero intitulado “autoajuda”. Malucos vendendo manuais de
sexo (as pessoas não sabem mais transar?), pós-morte de gatos e lagartos de
estimação, cura para doenças pelo poder da fé, sobre saúde, sucesso e dinheiro.
E se engana quem pensa que isso não vende. Os espertalhões estão sempre
preparados para enganar porque o povo está sempre preparado para ser enganado.
A grande maioria dos escritores que publica um “diário” - cito “maioria” para
não ser injusto ao dizer “todos” - sonha apenas em fazer sucesso e riqueza com
a porcaria que escreve. Alguns de fato possuem talento, outros pensam que possuem.
Todo ser humano é idiota, ao menos, a maioria. Muitos acham que ao escrever um
livro deixarão de ser idiotas. Outros acreditam que ler livros também é deixar
de ser idiota. Não é verdade, a idiotice faz parte da genética. O talento na arte de escrever um
livro é o de menos, importante é enganar idiotas que são mais idiotas do que os
idiotas que acham que não são idiotas. Quem consegue fabricar dinheiro com a
idiotice alheia é menos idiota quando engana do que quando é enganado.
Há três sentimentos que sinto
pelas pessoas: medo, pena e repúdio.
O mundo quer ser célebre,
mesmo que seja de forma efêmera, praticando sexo oral com um ator famoso,
cantando ópera em concursos de música Pop,
queimando a bandeira nacional em comícios públicos, exercitando o polegar em academias
para conseguir o dedo mais musculoso do universo, ou colocando próteses
gigantescas nos seios - concorrendo com vacas - apenas para serem consideradas
as mulheres mais peitudas do mundo... Parece que cada indivíduo acredita ter
nascido para brilhar, e que esta é sua função nesse mundo louco em que vivemos:
fama, reconhecimento do próximo em seus talentos - mesmo que sejam nulos - prestígio...
Definam como quiserem essas tantas palavras que nos remetem a um único
significado: vaidade! Experimente desafiar um artista em sua arte, ou somente a
própria beleza que, sem esforços, alguns possuem, e terão a resposta venenosa e
cruel emitida por seus egos. A síndrome da fama é extraordinária, uma doença
que contagiou a todos. A epidemia da beleza faz garotas competirem magreza com
espaguete. As mulheres da meia idade já não sorriem (para evitar marcas de
expressão), aspirantes a modelo têm perna de alicate e nem vou falar sobre a
forma como as testas das mulheres cresceram depois que aderiram a tal da escova
(que alisa o cabelo e estica a testa). Não existem mais cabelos crespos?
Ondulados? Lisos naturais? Tudo isso é uma conspiração dos salões de
cabeleireiros!
Eu já tive fama e ainda tenho.
Não sei se fui mais famoso quando joguei pelo Bayern München, ou depois, quando marquei
dois gols contra em uma partida decisiva que encerrou minha carreira de forma
apressada. Confesso que a notoriedade me fez mal. O indiscreto sucesso me
sacaneava constantemente, tanto quando estava por cima como quando estava por
baixo.
Sou contrário ao comportamento humano e as normas de conduta.
Eu não gosto de leis sem saber para que elas servem - na maioria das vezes não
servem para nada - nem de regras, nem da moral, nem da igreja, dos retrógrados,
dos vestidos fechados, de espelhos, de cuecas, da política mundial. Eu não
gosto de nada, ou quase nada. Por sorte, eu gosto de mim (eu acho que gosto).
De entrada posso parecer um pouco deprimido, mas não se
enganem; garanto que sou um cara engraçado, extraordinário, bom amante - embora
uma de minhas ex-mulheres tenha publicado um livro que fala o contrário - não
acreditem (ou acreditem, façam como quiserem, não me importa).
Não busco fama ou riqueza com
a publicação das minhas epopeias, pois sei que ninguém as lerá. Não escrevi
esse diário porque tenho a pretensão de contar algo brilhante, eu o escrevi para me vingar do mundo (na verdade, estava desocupado e queria rebater as ofensas daquela argentina boluda com quem tive o desprazer de casar...). Não tenho a pretensão de ajudar
pessoas contando minhas experiências, muito pelo contrário, eu quero mesmo é
confundi-las e irritá-las. Eu não estou aqui para agradar ninguém.
Se você é um fã inveterado de
contos de fadas e histórias melosas de amor, sugiro que feche meu diário, procure
uma obra do Walt Disney e seja feliz.
Niki Kraut, o artilheiro do amor.