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Minha estranha amiga turca


Depois daquela infeliz experiência em Weimar com uma vizinha turca (aquela mesma, a chata do Karaio), onde paguei todos os pecados hereges que cometi em minha santíssima vida, eis que uma vez mais o destino me brinda com uma amizade vinda de Istanbul. Dessa vez, é amiga mesmo. Nada que possamos intitular como “melhor amiga” “amiga do peito” “presente de Alá”... Primeiro porque não tenho mais 15 anos, e segundo porque não sou imbecil (acho que não sou), para investir adjetivos em uma amizade antes que a mesma complete, pelo menos, uns dois anos de existência.


Se em Leipzig meu grupo de amizades era composto de uma americana, um brasileiro e uma canadense, em Nuremberg meu grupo agora é composto pela máfia de uma italiana, um colombiano, e uma turca. Tá, embora a italiana e o colombiano sejam tão amigos quanto à turca, eles são normais demais, e com uma cultura muito próxima a nossa para que eu dispense um Post falando deles. A turca não veio de Marte e nem nada parecido, mas é uma pessoa muito mais interessante para descrever...

Vejamos:
Na aula de alemão sobre feminismo comportamentos internacionais em um primeiro encontro, a mulherada diz que a conta em um restaurante deve ser compartida com o homem. E a partir daí, um montão daquelas teorias feministas do último século é defendida com sangue. Alega-se que hoje em dia a mulher é independente e não precisa de um macho que pague sua conta. Ok! Eu não sou machista, nem antifeminista, nem qualquer tipo de ista (além de ateísta) para defender um comportamento da massa que não prova nada e nem leva o ser humano a algum lugar melhor no planeta terra. Eu simplesmente acho fofo que em um primeiro encontro o homem pague a conta - ainda que esse encontro não resulte frutífero -, e acho uma pena que nos tempos de hoje as mulheres não se permitam mais serem galanteadas, já que são independentes e não se “vendem” por um prato de comida. Bom, isso é mais ou menos o que eu digo em sala de aula, quando escuto as feministas que dizem não serem feministas, discorrer sobre primeiros encontros e suas necessidades de mostrarem que tem dinheiro na bolsa e que pagarão pelo que comeram e beberam na companhia de um pênis, que supostamente, acreditará que depois da janta haverá copula ou casamento, caso esse pague a conta sozinho. 

Nem tudo que é antiquado é intragável ou não deve ser mais praticado no século XXI, minha gente! Mas cada um age como acha melhor e se sente mais seguro... Falo tudo isso usando minha máxima diplomacia, tentando buscar as palavras certas em alemão para não ser mal compreendida. Aí a turca dispara em meu apoio (ou em apoio às relações a moda antiga):

- Se eu tiver que dividir a conta em um primeiro encontro, não haverá segundo! Deixa o homem lá pagar tudo, e que se dane! É obrigação dele ou não é? 
Bom, eu jamais usaria o termo “obrigação”, mas isso deve ter sido uma definição em alemão, por falta de palavra mais adequada. Todo mundo ri da sinceridade dela. Eu mais ainda.

Saímos para tomar um café juntos: o colombiano, a italiana, a turca, e eu.  A turca é jovem, não usa lenço na cabeça nem roupas esquisitas. Ela está na Alemanha não tem sequer um ano. A gente conversa sobre muitos temas, entre eles casamento e religião. Ela nos conta que não tem uma boa relação com a família, pois seus pais ainda fazem fogo com pedras. Para eles, uma mulher de verdade é aquela que casa e dá filhos ao marido, que se dedica a cozinhar e limpar para ele e às crianças. Eles jamais aceitariam que ela vive na Alemanha com o namorado (em uma relação marital, porém sem papeis). Eles não aceitariam tampouco ela não ir mais à Mesquita, que não use lenço na cabeça, que use minissaia e sente de pernas abertas, que desconfie do Alcorão, de gente religiosa, de Alá, que coma carne de porco e tome umas biritas de vez em quando... A turca é a ovelha negra de sua família! Graças a Deus!
Falando sobre relações, ela nos revela: 

- Na Turquia, a virgindade da mulher é muito valorizada. Uma garota virgem tem mil chances mais que uma descabaçada, de arranjar um casamento melhor. 

(Sim, ainda há muitas famílias que arranjam o casamento das filhas na Turquia).

E ela continua falando com seu sotaque fortíssimo, sentada de pernas abertas bem diante de nossos olhos:

- Para mim é babaquice e hipocrisia! As mulheres da Turquia defendem a virgindade e se orgulham disso, mas às escondidas, antes do casamento, fazem tudo que é sexual, menos o sexo!

Sei lá. Eu entendi de primeira o que ela quis dizer, mas nossos amigos se entreolharam feito patetas, confusos:

- Como assim?
- Aí gente! – Tentei explicar – Tudo! Elas fazem tudo! Menos sexo...

Os dois panacas continuaram com o ponto de interrogação na testa.

- Você pode traduzir isso em espanhol? – Os dois me pedem, solícitos, e fica claro que eles realmente não entenderam patavinas. 

Eu, como uma interprete muito incompetente, digo, fazendo mimicas, ao invés de ir direto ao ponto:

- Tudo! TUDO! – E abro as mãos tentando ser expansiva em um gesto que se chega a explicar algo, é somente dentro da minha cabeça tamanho GG. Pensei que ambos estavam fazendo isso a propósito, só para me sacanear e me fazer explicar algo meio embaraçoso. 

Aí, quando penso em ser um pouco mais explícita, sem ser muito vulgar, a própria turca, arremata:
- Elas fazem tudo: Por exemplo, lá atrás! – E aponta à própria bunda. 

Poxa, eu estava prestes a dizer que elas brincam com seus parceiros. Até a boca eu usaria como exemplo extremo dos extremos, mas “Lá atrás!” me pegou desprevenida e deixou todos meio Danhhhnn. Eu devo ter um humor muito bizarro, porque ninguém riu tanto quanto eu. Aliás, ninguém riu. Só eu...


Na noite do meu aniversário, estamos todos reunidos em minha casa. Meus sogros italianos, meus cunhados, meu grupo de amigos... Lá pela terceira taça de vinho, a turca reclama que está meio bebum. Ela diz que vai parar de beber antes que dê um vexame, mas nesse exato momento, enquanto os italianos ensinam aos alemães frases e expressões que se usam na Itália, a turca vira exatamente para os meus sogros, envolvendo-se prontamente no assunto, faz aquele gesto tão tipicamente italiano com a mão, e grita alto e em bom som com uma pronúncia, dessa vez, perfeita, a única expressão que conhece desse idioma:

- MA VAFFANCULO!!!!

Embora ela tenha mandado meus sogros tomarem no brioco, nada é mais gracioso e fofinho do que falar palavrões em outras línguas, principalmente, quando pessoas daquela nacionalidade com a qual xingamos, estão presentes. O ruim é que na confusão e barulho das gargalhadas, minha sogra olhou para mim, achando que eu disse isso. Delatora, eu já apontei meu dedão na cara da réu, e sentenciei:

- Não olha pra mim, não! Foi a turca!

E a partir daí a gente começa a falar em cocô, pois a italiana nos conta que na Itália quando se diz “fazer a turca” é fazer cocô como os Turcos (ou os chineses) fazem: agachados em um buraco.
Poxa, como é interessante aprender a cultura alheia! A gente acaba até descobrindo como o povo de outras nações caga usa o sanitário.
Antes de ir embora da minha casa, a turca solta a mão de seu namorado (também turco), pula no meu pescoço e me dá um beijo na boca. Não teve língua nem nada, mas foi na boca mesmo. E ainda me pergunta, toda feliz:
- E aí, gostou?
- Adorei! – Digo. – Acho que me apaixonei!

A gente riu pacas. E depois de ela reclamar de dores musculares por ter exagerado no esporte, eu dei um monte de socos nela, principalmente nas nádegas, onde mais doía. Puta merda! Que sacanagem!

PS: O beijo na boca entre mulheres não tem nada a ver com a cultura turca ou com a minha, mas um ato desses (se pensarmos bem), poderia deveras ser praticado mais frequentemente entre pessoas, independente de sexualidade, nacionalidade, time de futebol... Beijar na boca deveria ser praticado sempre que as pessoas sintam vontade de expressar o quanto gostam uma da outra,  ou o quanto estão felizes, ou que simplesmente são  meio débil mentais, perturbadas positivamente.  

Minha amiga turca :)
Na Foto:
Mulher escreve no corpo “Mulheres de verdade não riem?”
No ano passado, Bulent Arinc já tinha dado “conselhos” de forma casta, como dita no Alcorão e, às vésperas das eleições presidenciais que acontecem entre 10 e 24 de agosto, o burburinho pode ter efeitos políticos. O candidato da oposição, Ekmeleddin Ihsangolu, principal rival de Erdogan para presidência, também reagiu e escreveu no Twitter: “Precisamos ouvir o riso alegre das mulheres”.

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Qualquer semelhança desse blog com a realidade, é pura cagada.

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