Apenas uma garota latino americana....



 

Todas pessoas são estrangeiras (em quase todos lugares)

Todos racistas são filhos da puta babacas, (em todos lugares)

O processo de ser estrangeiro é sempre interessante. Se você está em outro país, a primeira pergunta que escuta em qualquer lugar, por qualquer pessoa é:

Da onde você vem?

É como se através do país na resposta, encontrassem o rótulo daquilo que está na frente ou por trás do produto. Tem gente que se sente meio incômoda, eu adoro! Ora pois, todos nós somos estrangeiros, em todos os países do mundo, com exceção de apenas um, o nosso!

E como legítima estrangeira, observo tudo aquilo que o bom nativo não vê...

Semana passada teve passeata dos nazistas aqui pela cidade. Esses merdas jegues ainda existem!!! Reclamavam sobre estrangeiros (Ausländer) que vivem aqui: Alemanha é para alemães! A polícia estava armada em cada esquina e eu não coloquei o nariz pra fora de casa...
Meus protestos são pacíficos, esse negócio de dar a cara a tapa não é comigo, sou cagalhona medrosa mesmo!!!!
Falando de algo menos besta  babaca ultrapassado que neo nazismo:

Aqui na Alemanha, os cidadãos tem um tipo de alergia que faz o nariz escorrer (é sério isso!), para que o ranho não caia sobre a mesa, usam lencinhos de papel (item de tão importante, incluso na cesta básica). O tal lencinho pode ser usado várias vezes, ou seja, o usuário soa o nariz, deixa a meleca lá dentro, dobra o lencinho e guarda no bolso pra ser usado mais duas ou três vezes. Isso acontece no meio das refeições, na sala de aula, no restaurante... o barulho é assustador e não deixo de pular da cadeira e observar o lencinho duro sair dos bolsos cada vez que isso acontece....

Outra coisa que me impressiona, é que nos fast foods e nas barraquinhas que vendem qualquer coisa comível, a mesma pessoa que por ex. cobra o dinheiro, entrega o "treco" que vamos comer com as mesmas mãos, às vezes, marrom, sem oferecer sequer um guardanapo por volta da “coisa” que vende ou para que limpemos a boca... Eu não mastigo nada que vendam na rua, sou nojenta demais, aprendi com a vigilância sanitária no Brasil, um país de terceiro mundo e venho ensinar agora aos europeus.

Algo que realmente adoro aqui, é entrar numa loja de roupas, escolher tudo que quero, provar, deixar aquilo que não levarei, voltar a provar, bagunçar a loja inteira e não ter sequer um vendedor no pé, é tudo independente e racional aqui, mas imagino que seja porque os vendedores não ganham comissão, o cliente deve ir atrás deles e não o contrario. Resisto-me aos vendedores de roupas que ficam no pé, dizendo que cada saco de batata que você prova, fica lindo e maravilhoso..., empurrando tentando vender logo após, um monte de porcarias acessórios desnecessários...

Faz mais de um ano que não temos carro, fazemos tudo com bicicleta e isso inclui o cinema, o supermercado, um barzinho bacana às sextas- feiras... Adoro essa liberdade, a floresta ao lado de casa, as regras de transito para ciclistas, o tráfico, e até mesmo quando quase levei uma multa por pedalar embriagada altas horas da matina.... Acho que só não tive que pagar o valor de 40 euros por causa desse meu sotaque brasileiro ou vai ver que foi pelo gingado, depois de ter caído duas vezes com a bicicleta, andando em zigue-zague até ser parada pela viatura... No mínimo, os dois policiais tiveram que segurar o riso quando chegaram com o bafômetro que eu mal pude segurar falando um idioma que nem mesma eu entendi...

 

Seu Cristo, um judeu;

Seu carro, japonês;

Sua pizza, italiana;

Sua democracia, grega;

Seu café, brasileiro...

E apenas seu vizinho é estrangeiro?