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HRSJ: Hospital ou abatedouro?




Hospital Regional de São José Dr. Homero de Miranda Gomes/HRSJ

Endereço: Rua Domingos Filomeno, 99 
Praia Comprida – São José/Santa Catarina. 


Nossa, parece que foi ontem que trabalhei nesse hospital... Quinze anos atrás, ele me parecia próspero, respeitável, e cheio de promessas. Fazia-me inclusive sonhar com um posto na emergência ou centro cirúrgico. Eu com vinte anos nessa época, recém-formada no curso Técnico de Enfermagem e trabalhando no laboratório Santa Luzia que ficava no térreo, o local (tanto o hospital quanto o laboratório) eram lugares limpos, conservados, que cheiravam à expurgação; álcool, soluções assépticas, formol, e por incrível que pareça: a Esperança!
Ao voltar lá tantos anos depois, tendo um familiar querido (e também funcionário do próprio hospital) internado, a visão que tive foi no mínimo deprimente, para não dizer escandalosa e assustadora. A esperança que um dia senti ao caminhar por aqueles corredores, tornou-se desilusão. A limpeza em sujeira. O silêncio em grito. O alívio em dor. A vida em morte. 


Sinônimo de HRSJ? Descaso! 
Goteiras despencam do teto, encharcando corredores importantes. Há formigas até nas gavetas dos quartos e cachorros bombardeados dormindo frente ao necrotério. Cinzeiros gigantes (fabricados engenhosamente com plástico e água) e pacientes/fumantes adornam as saídas de emergência, na escadaria dos andares. O recipiente de álcool em gel dos quartos deve ser parte da decoração, pois está sempre vazio. O pessoal de serviços gerais (todos agora, terceirizados), limpam como se estivessem economizando produtos para suas empresas, são despreparados e não recebem treinamento adequado. Desvalorizados tanto pelo hospital quanto pela empresa para quem trabalham, prestam um serviço (de suma importância) que no entanto é feito na pressa e má vontade. A mesma luva que limpa o banheiro é usada para limpar a cômoda. O banheiro após ser "higienizado", cheira à urina.
Há três elevadores no HRSJ, mas nenhum deles funciona direito. Aliás, funcionam em marcha lenta, com o freio de mão puxado, e às vezes param no meio do caminho, entre um andar e outro, sem que a porta abra ou feche, deixando quem está dentro (paciente, funcionário ou acompanhante), trancado nele. Para as portas fecharem, é necessário dar um empurrãozinho usando força.
Os profissionais que trabalham aqui, antes tão bem apanhados visualmente, agora rastejam seus chinelos para lá e para cá, uniformizados com jalecos manchados e sujos por secreções, colarinhos amarelados e mangas enegrecidas. Sandálias em hospital? No meu tempo, calçados abertos eram proibidos. Aparentemente, o asseio pessoal era mais impecável e os profissionais pareciam mais... Profissionais! E não um bando de mocorongas desmilinguidos e desmotivados.
Aumentaram a emergência! Mas os pacientes continuam empoleirados nos corredores, esperando um leito, um lugar decente para ficar, sendo escondidos e retirados das passagens quando aprece alguém da alta cúpula administrativa ou um ilustre político. Foi daqui que inventaram a expressão: “Tapar o sol com peneira”! Só pode! As cadeiras de rodas estão enferrujadas, quebradas, em péssimas condições de uso, sem citar ainda a escassez delas. A roupa de cama, antes, trocada diariamente, hoje é trocada apenas em três dias da semana. Para economizar justificar, alegam que se em casa ela não é trocada todos os dias, então, por que seria no hospital? Esquecem-se que em nossa casa não há focos de doenças, nem doentes, ou contaminação.... Terceirizaram até lençóis e fronhas! Qualquer hora, terceirizarão também os pacientes e acompanhantes! 

Pela manhã, o médico/residente passa apressado. Olha o paciente como se esse fosse uma coisa, um número, uma peça operada por ele. O Dotôr parece ruminar nesse pasto hospitalar, tão grande é sua inaptidão para a fala. O paciente articula, mas ele não o escuta. O paciente pede informações, mas ele não o responde. O grande doutor está com um pé no quarto e outro fora dele, preparado para escapulir do gado. Quando se dá ao trabalho de falar com o paciente, não considera o peso de suas aflições, tampouco o informa de sua situação, nem antes nem depois, tanto da internação quanto da cirurgia. Tão ocupados em enfatizar essa pressa constante, ao contrário de parecerem respeitáveis, os médicos parecem patetas! Ora, só o pateta não sabe administrar seu tempo, olhar um paciente (seu paciente!) nos olhos, ser educado e cordial, como supomos, ele deve ter aprendido em casa ou na Universidade. Noções de civilismo e comportamento! Se meu médico não tem tempo para mim, terá então para outro? Bom, espero pelo menos que ele não insista em pedir radiografia (três vezes!) da perna esquerda de seu paciente, quando é a direita que será operada. O terceiro erro só a negligência da burrice justifica!
O internado espera pela cirurgia dias e dias. Talvez haja vaga na próxima semana, talvez, só no próximo mês. Lá embaixo, enquanto pacientes e funcionários se encontram para jogar um milhão de bitucas na porta de saída (ou entrada?) do hospital, frente ao necrotério, inteiramo-nos que pacientes da ortopedia têm pela quinta vez suas cirurgias adiadas, e já estão há 30, 45, 60 dias internados, ocupando leitos sem terem a necessidade deles (apenas para não perder a data da cirurgia que um dia, certamente, chegará). Antiprodutivo? Enquanto uns são forçados à internação, outros aguardam desesperadamente serem internados. Entretanto, no quinto andar, pacientes recém-operados, com hematócrito baixo, reclamando de dores pós-operatórias intensas, sangrando em suas feridas, recebem baixa algumas horas depois da cirurgia. Pálidos e com o curativo sujo, são liberados para casa! Leitos para outros que esperam na emergência são desocupados na velocidade com que se trabalha em abatedouros. Paciente no HRSJ deveria ser chamado de frango!
E se tudo isso não fosse o bastante, o internado aqui, ao informar que tem convênio de saúde particular e quer ser operado no hospital privado do qual tem direito (pois lá a data de sua cirurgia não será adiada, tampouco precisará dormir com formigas, ter uma goteira que pinga em sua cabeça, ou tratar com médicos que parecem ter um foguete entalado no rabo), o grande Dotôr, profissional, ético, e porque não dizer mercenário, quer faturar a conta além do convênio, do próprio paciente! Não sei... na imensa intolerância com que vejo a situação aqui, cobrar do convênio e ainda meter a mão no bolso do internado, cheira-me a crime. Parece um procedimento padrão e correto o médico receber dos dois lados? NÃO! O entendimento de convênio PARTICULAR é justamente ter o direito de usar serviços médicos quando se precisa dele, afinal, para isso o conveniado paga mensalmente um boleto, certo? Agora, se o médico considera que recebe pouco ao prestar suas habilidades e se disponibilizar a trabalhar para convênios, ele não deveria se associar a eles. Mas nesse caso, o pobre médico não teria como tirar um dinheirinho extra... Coitadinho... Pior que nós, na posição de conveniados, pacientes, familiares de pacientes, ainda temos que escutar a defesa que diz:
“Ah, o Dr. Fulano cobra por fora porque o convênio paga uma merreca. Não compensa para ele!”.
Ora pois, se não compensa a ele, o que a criatura faz ali? Isso lá é problema do paciente ou de seus familiares se ele ganha pouco, se não é indenizado justamente por seu trabalho (ou o que ele acredita que merece por ele)? Só me falta quererem que nos sensibilizemos pelo “pouco” que ganham... Devemos tirar um lenço do bolso e chorar por esses médicos? A máfia também sempre quer mais dinheiro... Esses usurpadores da medicina, desonestos e chorões, com uma mãozinha nas suas costas e outra no seu bolso, deveriam associar-se a ela: A máfia! Houve um tempo em que Medicina e médicos eram formidáveis, mas o tempo dessa magia, acabou! Dinheiro, dinheiro, dinheiro... Daqui a pouco só falta exigirem pagamento em dólar, ou euros, que é mais chique e bem cotado do que a desprestigiada moeda Real... Pelo andar da carruagem, daqui a pouco também, Medicina e prostituição serão palavras unívocas.  
Essa foto eu tirei lá. Vejam que a notícia impressa e fixada com orgulho nas paredes do hospital, ignora o fato da população ter dobrado em 100% durante esses 27 anos de atividade, enquanto o número de leitos subiu em apenas 20%. Entendemos que semelhante informação, por ser discrepantemente vergonhosa em termos de números, deveria ser escondida, e não gritada aos quatro ventos, como se aqui, a população, ou mesmo a administração hospitalar desse hospital, tivesse algo a celebrar. Não é difícil entender porque ao abrigar mais pacientes, tendo menos leitos, o hospital deixa de parecer um hospital para assemelhar-se a uma penitenciária super lotada. 

Podem mascarar o excesso de doentes atolando corredores, presos em macas ou esperando em cadeiras, o quanto quiserem! Podem até mesmo colocar um tapado atrás do hospital, controlando quem entra e quem sai por aquela porta; podem controlar os doces que os acompanhantes trazem para seus familiares através de uma fiscalização mais rígida na portaria (também terceirizada), podem pregar um cabide fora do refeitório para os funcionários pendurarem seus jalecos ali, podem colocar recipientes de gel nos quartos (mesmo que estejam sempre vazios), e podem mostrar e esconder quanto mais quiserem, pois o HRSJ, enquanto não passar por uma reforma geral, com aumento de quartos, leitos, e funcionários: fixos, capacitados, e estimulados, jamais mudará essa impressão de abatedor de frangos, dessa banheira entre morte e cura, da visão que mistura álcool e poeira, limpeza e sujeira, de seco e molhado, de faltas e excessos,  de bons médicos e mercenários, de assepsia e infecção, de proibições descabidas e permissões questionáveis... De regras sem fundamento que os tolos cumprem, e outras importantes que deixam de ser feitas, por ninguém mais aqui saber o que é certo ou errado, relevante ou irrelevante, viável ou impraticável, preto ou branco! 

Podem inventar quantas normas mais quiserem e fingir que essa instituição caminha rumo ao progresso, pois aqui, quando não se entra pela porta da frente se entra pela dos fundos. Quando um doce na sacola é proibido, outro no bolso é permitido. Quando não se fuma em cima, se fuma embaixo, ou mesmo, no próprio andar (e não necessariamente apenas tabaco). Enquanto um médico trabalha por amor à profissão, outro opera por amor ao dinheiro. Enquanto um pateta regula e controla a porta de trás, o colega dele (no plantão seguinte), libera geral! No HRSJ, tudo depende da ética, compromisso, e boa vontade de quem estiver de plantão... Mas também pudera, um hospital caindo aos pedaços desse jeito, onde tudo se terceiriza e abandona, quem poderia amá-lo e orgulhar-se de peito inflado por trabalhar nele?


Será que um dia o HRSJ terá (e dará), esperanças novamente...?

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1. Está vetado o linguajar muito sacana ou ofensivo - salvo exceções bem aceitas, do tipo: xingar o próximo (isso pode!).

2. Se quiser delirar, procure a torcida do flamengo, pois de sacana aqui já basto eu!

3. A gerência de marte agradece a compreensão!

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