O Incrível (Trágico)
Mágico Burt Wonderstone
Gentem, o que
é isso? Alguém me explica o que o Jim Carrey e o Steve Carell estão fazendo juntos
nesse cocô hollywoodiano?
Não são raras
às vezes que em uma locadora ou no Guia da Net aqui em casa, dou uma vasculhada
procurando algo que o Jim Carrey tenha feito que ainda não vi ou algo que já
fez e já vi, mas que vale a pena ver de novo. Sou fã do Jim Carrey desde 94
quando ele atuou em The Mask, como sou fã retardatária de Steve Carell quando ele
trabalhou com Jim em Todo Poderoso. Não estou afirmando
aqui que esses dois atores só fizeram trabalhos estupendos, dignos de estatueta...
não é isso, meu povo! O que estou dizendo é que embora ambos já tenham feito
lixos cinematográficos, o Trágico Burt Wonderstone é algo tão sem qualidade de qualquer coisa que chega a arder os olhos na falta de humor,
na apelação... 100 minutos de filme para não conseguir
mover em nenhum momento os lábios (a não ser para abri-los, espantada,
boquiaberta com tamanha porcaria).
Uma comédia
que não tem nada para rir! Ou vai ver eu não entendo esse tipo de humor (se é
que existe algum humor aqui).
Não é de hoje
que as comédias americanas são ocas, tendenciosas à vulgaridade (a maioria quer
fazer rir falando sobre órgãos genitais e seus vizinhos). O sexo nas comédias é termo recorrente,
assim como gases, tombos, personagens burrões e ignorantes, uma mulher feia que
quando tira os óculos e o vestido espalhafatoso, fica linda... Os americanos (muito
caras de pau por sinal), ainda querem fazer comédias com gordos esquecendo-se
que têm a população mais gorda do mundo. Oi? E aquelas comédias românticas baratas
onde alguém conhece alguém e se apaixona um pelo outro, há uma mentira no meio
que é descoberta, eles rompem, no final um deles está prestes a pegar um navio
ou um avião e ir embora... o outro chega, eles reatam para viverem
felizes para sempre e termina a bagaça? OMG!!! Alguém aí me dá um soco na cara,
please! Gentemmm por isso que diretores como Woody Allen e Almodóvar são
aclamados pelo povo como deuses. Eles sabem o que fazem!
Produzir boa comédia
usando ingredientes simples do dia-a-dia como relações humanas e amores, sem
ser vulgar, sem precisar recorrer à nudez e eliminação de excrementos, é para quem sabe fazer! Quem não sabe, recorre a personagens debiloides,
bunda, pinto, peido...
Bem, voltando
ao Trágico
Burt Wonderstone... Sente o drama (Lendo essa sinopse você certamente achará
que o caso clínico não é tão ruim quanto o prognóstico):
Burt Wonderstone (Steve Carell) é um mágico bastante
popular, que frequentemente apresenta seu show em Las Vegas. Entretanto, ele
enfrenta sérios problemas quando perde seu parceiro de cena. Burt
inicia uma busca para encontrar um substituto, já que terá que enfrentar
seu maior rival, o também mágico Steve Haines (Jim Carrey).
As características do personagem Burt são completamente incoerentes! Primeiro o cara é um arrogante, esnobe, gastador, egocêntrico... mas depois que perde tudo
(do dia para noite, diga-se de passagem) ele passa automaticamente a ser
humilde, boa gente, confiável... Não entendi! Se queriam dividir os mágicos
entre mocinhos e vilões, por que não
pegaram menos pesado nas características de Burt no primeiro round? Por outro lado, o sempre tão
carismático Jim Carrey tem que
encarar um papel medonho que não combina em nadaaaaaa com suas mil e uma
feições e os papeis que já fez até hoje. Talento desperdiçado nesse papelão papel! Se
por um lado apelaram para aquele tipo de números inverossímeis (que excedem qualquer
credibilidade) ao Burt, por outro, ao mágico de ruas Steve, apelaram para
seu físico indestrutível, hiperbólico e resistente a qualquer necessidade fisiológica
humana. Gentem, para tudo!!! Steve tira uma carta ensanguentada da
bochecha (onde está a mágica aqui se ele precisou costurar o rosto depois?), fica não
sei quantos dias sem urinar, dorme sobre carvões em brasa, e para el grand final: Fura a própria cabeça
com uma furadeira... Onde raios podemos encontrar humor no antiético, burlesco,
ridículo, babaca? Você gosta? Me explica como rir disso?
Os diretores de meia pataca deveriam saber que o
apelativo é grotesco; não agrada e não convence! Torra a paciência! (Pior que
gastei 10 pila pra ver isso!!).
Mas sabem por que continuam produzindo entulhos como
esse? Por que ainda tem público para ele, e olha que não é nada pequeno...
PS1: Os mágicos do filme são tão absolutamente exagerados que em certo momento pensei que tinham poderes
PS2: Esse filme foi o último trabalho de James Gandolfini (o Tony Soprano, da série Sopranos). Ele morreu com 51 anos, na Itália, devido um ataque cardíaco.
PS3: Eu só dei meia estrelinha de avaliação ao filme porque gostei do cabelão oxigenado do Jim. Nada mais!
PS4: Os comentários permanecem, temporariamente, desativados.