As primeiras páginas de
"Cinquenta tons de cinza" já deixam claro que é um:
"Crepúsculo". Seu diferencial? No lugar de vampiros assexuados, o
sexo está em todo lugar. Amém!
O excesso de sexo aqui (BDSM
ou não) não é o problema, o que enche o saco é não conseguir
materializar os personagens da obra. Eles literalmente não existem (ou só
existem na cabeça da autora, que recriou um tipo de Bella e Edward para
maiores). Ana, por um lado: Apaixonada, ingênua, indefesa, estupida... Grey,
por outro: Dominador, poderoso, belo, enigmático... Historias de vampiros já
torraram a paciência do leitor, então, o lance foi criar algo "DIFERENTE",
mas ao mesmo tempo, completamente IGUAL.
O cenário mudou, mas os
personagens continuaram os mesmos... Parece que os clichês literários não estão
apenas na trama, em frases, em passagens... mas também nos protagonistas...
Esses best-sellers já estão com receitinhas prontas e o pior é que o
povo paga um pau para isso: Mulheres estúpidas e homens machos, sempre lindos,
misteriosos, milionários... Uma ervilha no lugar do cérebro da protagonista...
Diálogos vazios! Troca de e-mails completamente estapafúrdios, uma "deusa"
dentro da personagem que supostamente a libera (isso é o que a autora quis
mostrar, no entanto, para mim a tal deusa só conduz Ana ao caminho da torpeza,
foi o artifício encontrado para “liberar” a personagem ao “Foda-se! Quero dar
mesmo!”). Tosca total! A analogia da liberdade que a tal “deusa”
proporciona me fez lembrar aquelas velhas propagandas de cigarro, no estilo:
“Free, uma questão de bom senso!”. No caso da “deusa” na obra: é uma questão
“Nonsense" a "libertadora" dos instintos mais imbecis de uma
mulher. Só isso e nada mais.
O que eu realmente não consigo
entender foi a escolha da autora em escolher uma garota com
pensamento/comportamento de 12 anos, embora tenha 21 (virgem, que ainda usa chiquinhas,
com uma inocência de mosca), para protagonizar um livro erótico, com sexo BDSM!
Alguém me explica essa salada MIX? Até a centésima página parece um livro Teen,
que se baseia apenas nos delírios de Ana descrevendo a beleza de Grey, seu
corpo musculoso, seu maxilar quadrado, em como ele é lindo, sexy, maravilhoso
(parece uma lavagem cerebral)... Em como se ruboriza por qualquer titica... blá
blá blá Oco, oco, oco!!!
O incrível é que mesmo depois
da primeira relação sexual (chegando a 200° página), onde Grey avisa que
"fode com força", o livro continua parecendo juvenil... What? Isso
mesmo, ele permanece no status quo. Um orgasmo aqui, outro ali, eles
acabam de transar e transam de novo, eles acabam de gozar e gozam de novo... O
sexo é tão apelativo que ao contrário de agradar, torra a paciência. Você não
sabe se pula a parte dos diálogos e pensamentos de Ana (pois são enfadonhos e
já os conhecemos desde a primeira página), se pula a parte do sexo (pois você
não aguenta mais imaginar Ana se retorcendo, suando e explodindo a todo
instante), ou se melhor: Fecha o livro e nunca mais o abre, pois descobre que
não vale a pena insistir nos "Cinquenta delírios de E L James
Anastasia Steele".
"Cinquenta tons de
Cinza" demonstra uma vez mais que nem para ser um "Best-seller",
um livro não precisa, necessariamente, ter qualidade literária: nem instrutiva,
nem informativa, nem NADA! Editores e escritores querem vender e sabem
exatamente como fisgar os leitores de calças baixas - O fim justifica os meios!
O mercado literário virou uma prostituta de batom vermelho, ou melhor, um profissional
do sexo/livro.
Acredito que até para um
romance erótico, o conteúdo deve ser interessante e atilado, com personagens
fortes e reais. O sexo pode ser a muleta de um livro, mas não a cadeira de
rodas!
E o pior que isso é uma
trilogia. Fala sério!!! Prefiro a Bruna Surfistinha, que apesar de não surfar,
traz ao leitor um sexo real... Sem loucuras bizarras, inerentes a cabeça (cheia
de fantasias) de um autor “virgem”.
Ficção? Ok! Mas o
tema é sexo pesado, BDSM no foco principal da trama, é o plano de fundo total!
Um escritor que nunca cozinhou pode escrever um livro de receitas??? WTF!
Ai,
essas modinhas ainda me matam...
Hahahaha... disse tudo sobre esses 50 tons de desgraça. Sinceramente nada nesse livro me convenceu: nem o sexo pesado, nem os personagens retardados, nem uma deusa interior (WTF), nem a porra da escritora ser ridiculamente feia!!!
ResponderExcluirO pior é encontrar pessoas que dizem "me identifiquei muito com a escrita da autora ou com os personagens". Sério, já li isso em diversos blogs e em diversos comentários no face. Essas pessoas deviam procurar um analista ^^.
Se já não bastasse a ridicularização dos vampiros sendo reduzidos a criaturas brilhantes, incorporar SBDM em personagens tão sem sal como Crepúsculo é pra morrer.
Adorei sua resenha ^^!!
Haja Pantone pra tanto cinza...
ResponderExcluirAs "Seleções dos bestas" são os Best Sellers, o público é teen, sempre infantil, sempre os "velhos jovens", aqueles do banco de trás da kombi e seus orgasmos programados.
Minha irmã leu este livro e "ficou molhadinha", leu no chuveiro...Minha tia arriscou mais duas posições quebrou a clavícula e voltou pro bingo, aliás o bingo clandestino dá mais tesão, segundo ela, pois tem a garantia que alguém a está phodendo de verdade.
Ode ao Nelson Gonçalves!
A receita do apelativo são os "apelados", vampiros, homens de aço, bruxas, celebridades, choro de pobre, risos de ricos, note-se que em rasas almas toca-se rasamente, os apelantes aproveitam e os apelados prestigiam.
Tão Monocromáticos como a autora são seus leitores e sadismo de verdade é ler um livro inteiro e aguardar pela trilogia completa.
Viva a pele, a primeira e última camadas do sexo, esta sim possui milhares de tons de rosa, não precisa de escola para aprender a ler nem a escrever e não há razão neste mundo que a explique no método Braile...
Viva a pele!...Geme a pele! "je m'appelle peau"
Acho que nem é polemico mas o povo cria logo uma historinha
ResponderExcluirrsrsr. Bjs
Pensamento da semana:
ResponderExcluirNa vida não existe antecipação nem adiamento, somente o tempo propício de cada um.
Tenha uma semana abençoada.
Bju
Toninha
O livro é normal, segue a antiga fórmula do mocinha besta, mocinho rico, mocinha besta consegue mudar o jeito de ser do mocinho rico e eles vivem felizes (adicione aqui algumas doses de sexo). Não julgo o livro como ruim, dá pra passar um tempo. Sem contar que essencial para trazer novas pessoas ao mundo da literatura. Essa é uma das grandes vantagens destes best-sellers. Crepúsculo é horrível, li por causa da minha irmã, mas veja bem, ela começou com Crepúsculo e agora lê Jorge Amado. Cada caso é um caso, hehe.
ResponderExcluirAbraços,
http://oepitafio.blogspot.com.br/