Título: Redes sensuais
Autor: L.Midas
Editora: Pimenta Malagueta
ISBN: 978-85-65512-08-4
Págs: 546
Ano de publicação: 2012
SOBRE O
LIVRO:
Desde que a internet apareceu,
as pessoas passaram a ter duas vidas, a real e a virtual. Mas enquanto para
alguns praticamente não existe distinção, para outros a internet se torna uma
porta para outra personalidade e outras oportunidades. O romance Redes
Sensuais, primeiro livro do Belo-horizontino L.Midas, apresenta ao público o
perigo das redes sociais com uma abordagem envolvente, com muitas reviravoltas,
beijos virtuais, segredos inconfessáveis e, como não poderia deixar de ser para
um livro com esse tema, muito sexo. Voltado para o público adulto, a publicação
narra com riqueza de detalhes cenas de sexo, o que faz da obra um livro picante
no estilo “O Doce Veneno do Escorpião”, a conhecida história da prostituta
Bruna Surfistinha. A semelhança, porém, termina aí já que o requinte da trama e
a narrativa pungente criam uma relação de cumplicidade entre leitor e o
protagonista principal, com um certo grauzinho de mistério, enredados em uma
trama bem elaborada e inteligente. A fusão do real e virtual torna a obra ainda
mais cativante, e por fim, torna-se literalmente impossível não se identificar
com os personagens, já que a maioria de nós um dia já teve (ou foi tentado) a
um (s) flerte virtual. A mistura do que é autêntico e forjado é o segredo desse
romance extremamente atual, descolado e instigante.
SINOPSE:
A epopeia se passa prioritariamente em Belo Horizonte, mas também em diversos países. O leitor acompanha, quase sempre em tempo real, a trajetória do engenheiro Marcos Avilar Reis, um jovem mineiro que teve a oportunidade de estudar fora do Brasil. Além de adquirir conhecimento, Marcos também colecionou aventuras amorosas e depois de várias idas e vindas, acabou por se casar com aquela que sempre foi o seu grande amor com a qual teve duas filhas. Porém, a libido do personagem é incontrolável e, dada a facilidade de manter relações extraconjugais que lhe é concedida pela internet ele mantém esse hábito até o momento em que descobre que nem tudo é como ele imaginava.
SINOPSE:
A epopeia se passa prioritariamente em Belo Horizonte, mas também em diversos países. O leitor acompanha, quase sempre em tempo real, a trajetória do engenheiro Marcos Avilar Reis, um jovem mineiro que teve a oportunidade de estudar fora do Brasil. Além de adquirir conhecimento, Marcos também colecionou aventuras amorosas e depois de várias idas e vindas, acabou por se casar com aquela que sempre foi o seu grande amor com a qual teve duas filhas. Porém, a libido do personagem é incontrolável e, dada a facilidade de manter relações extraconjugais que lhe é concedida pela internet ele mantém esse hábito até o momento em que descobre que nem tudo é como ele imaginava.
Esse livro merece um tipo de
“resenha” mais informal, papo de leitor para leitor, sem frescura...
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Bem, people pipóu;
Apesar do meu blog estar meio
abandonado, quem o acompanhou em sua época de atividade sabe que não curto arte
melosa, tanto no cinema quanto na literatura, histórias “água com açúcar”,
diálogos sem conteúdo, enredo batido e previsível, tramas que não acarretam porra
diferencial algum em nossa vida, modinha literária e outras coisas bizarras.
Pois bem, falando assim, parece óbvio! Quem gosta disso? Mas não se engane,
pois esse é o conteúdo (ou a falta dele) que explode no mercado (para o meu
horror e espanto, em nome da péssima trivial literatura).
Mas vamos ao que interessa:
REDES SENSUAIS apresenta
uma linguagem sem frescuras autorais, mesóclises incompreensíveis, vocabulário
rebuscado, situações que encontramos em muitos livros, onde autores se
preocupam mais em demonstrar vocabulário (ganhando um ponto em léxico e
perdendo 10 em conteúdo). REDES SENSUAIS está escrita para o povo, o tema
é atual, a narrativa é provocante, deixando nas entrelinhas uma ironia da qual
eu, particularmente, sou fã de carteirinha. O sarcasmo usado no decorrer é
característica, no meu ponto de vista, fundamental, para elevar ainda mais a
obra.
Tratar o sexo como tema principal
de uma obra, sem deixá-lo grosseiro, não é tarefa fácil. REDES SENSUAIS cumpre
sua proposta e apresenta ao leitor historias de vários personagens, que ao
final se interligam, tal qual uma rede (sensual, libertina, ardente, irônica,
insolente, moderna e realista), sem mocinhos ou vilões, preto ou branco, certo
ou errado. Na verdade, perto de terminar a leitura a gente sequer sabe se está
desejando aos protagonistas um “final feliz” ou se estamos contra eles. No meu
caso, eu queria mesmo era que todos, de alguma maneira, se ferrassem!! rsr
Mesclada em muitas cidades do
mundo o tema expõe o perigo (ou deleite) acerca das relações virtuais; a falta
de barreiras e pudores por meio de relações fugazes, o TUDO e o NADA através de
um Click. O mundo perigosamente virtual (ao mesmo tempo real e
ilimitado) ao alcance de todos.
“Mas, convenhamos, cabelo grisalho
ainda é melhor que a falta de cabelo, exceto quando os cabelos grisalhos estão
localizados mais ao Sul do Equador. ‘Atualmente, a penugem naquela área tem
sido particularmente atingida por essa súbita alteração de cor, sem contar que
o cabelo grisalho aparenta ter uma textura, digamos mais dura do que os cabelos
normais’. ‘Será que existe uma tintura própria? E será que o George Clooney,
todo bonitão, fica tão bonito assim pelado com a pentelhada grisalha’?”
L.Midas com REDES
SENSUAIS chegou ao mercado para ousar. Espero realmente que ele arrebente a
boca do balão com essa obra, pois poucos autores têm a coragem de sair do
trivial e chutar o balde como ele fez!
E você,
qual o impacto a internet tem sobre sua vida e como interage com ela?
Você a
domina ou ela domina você?
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Abaixo, a pequena
entrevista que fiz com o autor, quem já leu o livro gostará de saber certos
"detalhes"...
Enjoy it!
Geyme: É muito legal ter a
oportunidade de conversar com você sobre “Redes Sensuais“, esse livro que me
deixou, literalmente de queixo caído! Por que o pseudônimo “L.Midas”? É algum
tipo de “identidade secreta”?
L.Midas: Secreta sim, mas nem tanto. O livro tem minha foto então quem me conhece
sabe o verdadeiro nome do autor. Preferi ocultar minha identidade por um
motivo muito simples: Como eu não moro no Brasil, e meu sobrenome é facilmente
identificável na lista telefônica caberia então aos meus pais atenderem o
telefone. Mas como eles estão idosos e já sofrem horrores com o maldito
telemarketing pensei em poupá-los. Nem tanto devido à enxurrada de jornalistas
que ligariam lá para casa (risos), mas talvez devido ao caráter controverso do
livro pessoas talvez pudessem ligar e passar trotes ou alguma outra brincadeira
de mau gosto. Melhor evitar, né?
Geyme: Como surgiu
a ideia de fazer um livro sobre romances, casos e relações nas redes sociais?
L.Midas: É uma história quase inacreditável, mas o livro queria nascer. Há muito tinha as peças principais na cabeça, mas nunca formavam uma história coerente. Porém, após assistir uma palestra de Micael Dahlén -que inclusive assina o prefácio da obra- sobre o conceito que ele chama de “Nextopia”, o livro literalmente brotou na sua íntegra. Parece embromação, mas na mesma madrugada acordei com a história completa na minha mente. A partir desse momento, passei a acordar todas as noites, invariavelmente entre duas e três da manhã e permanecia acordado, procurando furos na trama. Isso aconteceu durante um período de quarentena entre um emprego e o outro, então ao fim de 10 dias com essa rotina, decidi que não havia outro jeito senão sentar na frente do computador. Fiz isso e após 10 horas por dia, 25 dias depois havia escrito perto de 500 páginas, sem formatação. Nascia a primeira versão do livro.
L.Midas: É uma história quase inacreditável, mas o livro queria nascer. Há muito tinha as peças principais na cabeça, mas nunca formavam uma história coerente. Porém, após assistir uma palestra de Micael Dahlén -que inclusive assina o prefácio da obra- sobre o conceito que ele chama de “Nextopia”, o livro literalmente brotou na sua íntegra. Parece embromação, mas na mesma madrugada acordei com a história completa na minha mente. A partir desse momento, passei a acordar todas as noites, invariavelmente entre duas e três da manhã e permanecia acordado, procurando furos na trama. Isso aconteceu durante um período de quarentena entre um emprego e o outro, então ao fim de 10 dias com essa rotina, decidi que não havia outro jeito senão sentar na frente do computador. Fiz isso e após 10 horas por dia, 25 dias depois havia escrito perto de 500 páginas, sem formatação. Nascia a primeira versão do livro.
Geyme: Lendo “Redes Sensuais” o leitor depara com
uma obra hot, extremamente picante, onde o sexo e as relações fugazes
tem sua intimidade detalhada até o ultimo fio de cabelo. Foi fácil escrever
sobre esse tema? Você teme de alguma maneira ser confundido com seus
personagens (já que grande parte da obra sucede em Belo Horizonte, Houston,
Estocolmo, lugares onde você nasceu, estudou, morou...)? Ou, deliberadamente,
algum personagem em particular foi inspirado em você mesmo?
L.Midas: De fato, o temor de ser confundido existe. Deliberadamente, utilizei
cenários aos quais sou familiarizado porque queria criar uma situação de
intimidade – é mais fácil envolver o leitor falando de cidades e lugares nos
quais você já esteve pessoalmente. Desde o início, a ideia sempre foi de passar
a impressão que tudo é realidade. O livro não é sobre mim, mas ao mesmo tempo
trata-se de uma obra “baseada em fatos reais”. Entendeu? Não? Tudo bem....
(risos). Ernest Hemingway disse: “Todos os livros bons se parecem: São mais
reais que se tivessem acontecido na realidade”. Se o leitor acreditar que se
trata de um livro autobiográfico, terei sido bem-sucedido! Quanto a ser fácil
ou difícil de escrever, eu finalmente me dei por conta que sou uma pessoa que
não consegue levar as coisas em banho-maria. Um colega meu de empresa levou
meses para trocar de carro. Tem gente que leva anos procurando apartamento.
Nunca demorei mais de uma semana para trocar de carro, apartamento no máximo 2
meses de procura. O livro escrevi em 22 dias, trabalhando de 9 da manhã até as
10 da noite inclusive finais de semana. Eu funciono assim. Me jogo nos projetos
de corpo e alma. Fiquei esses 22 dias praticamente incomunicável. Minha família
odiou a experiência. Tive de recompensá-las muito bem com uma viagem para a Itália.
Estão nesse exato instante torcendo para eu escrever um novo livro!
Geyme:
Você se inspirou em algum escritor para escrever “Redes Sensuais”, digo não
só em linguagem, como também, na ideia de associar a vida virtual com a real,
para criar essa obra?
L.Midas: Os leitores verão que tenho um estilo peculiar de narrativa e linguagem.
Mas uma grande influencia que tive foi do cubano Pedro Juan Gutierrez autor de
“Animal Tropical” no tocante ao estilo do livro. Não queria escrever um romance
água-com-acúcar, queria instigar as pessoas e dizer o que penso “na lata” sem
muito pudor e sem ser politicamente correto e o Pedro tem essa característica.
Outra inspiração foi o sueco Jens Lapidus, autor da trilogia que se não me
engano foi publicada no Brasil sob o nome “Dinheiro Fácil”. Deve veio a
inspiração de usar um cenário conhecido dos leitores, no caso Belo Horizonte.
OPCIONAL: Quando li o livro dele, que
se passa aqui em Estocolmo, adorei em especial uma cena passada em um bar
chamado “Kvarnen”. Isto porque eu já havia estado lá. Curti muito a
sensação de praticamente “me ver” dentro do livro e resolvi que se realmente
escrevesse um romance, daria aos meus leitores a chance de experimentar algo
semelhante.
Geyme: Dei uma
pesquisada sobre o CruiseKontrol e vi que ele realmente existe, você tem algo a
ver com a criação dele?
L.Midas: Como disse acima, a história é “baseada em fatos
reais”. Tudo existe, talvez nem sempre exatamente como descrito, pois afinal
tomei certas “liberdades literárias” (risos). Conheço sim pessoas que
participaram do projeto deste aplicativo....
Geyme: Apesar de “Redes
Sensuais” ser extremamente provocante e erótico, parece que sua mensagem
principal é expor o perigo das relações virtuais. O assunto é fruto de alguma
experiência pessoal ou é produto de uma observação mais atenta, não do
escritor, mas do “analista de negócios” L.Midas?
L.Midas: Há alguns anos eu estava navegando no tal Orkut quando fui “abordado” por
uma garota que se apresentou como médica. O problema é que o Português dela era
muito ruim. Coisa de 4ª série primária, erros muito crassos. Algo ali estava
errado. Quando finalmente ela ficou sabendo que eu morava na Suécia, e que não,
a Suécia não era um bairro de São Paulo, ela rapidamente disse que tinha de
sair. Nunca mais a vi e o perfil desapareceu também. Acho que foi nesse dia que
nasceu a semente do “Redes Sensuais”....
Geyme: Você já viajou
muito, estudou fora, vive na Suécia faz dez anos, tem uma bagagem multi cultural
grande... Você acredita que os leitores no Brasil estão preparados para encarar
o erotismo de “Redes sensuais” sem se chocarem? Receia algum tipo de critica
negativa em relação a essa obra ou confia que ela será bem aceita por todo tipo
de público?
L.Midas: Na verdade, eu tive a sorte e o azar de ter lançado o
livro juntamente com o “50 Tons de Cinza”. Azar porque o sucesso do “50”
ofuscou o “Redes Sensuais” e deixou também bem claro que é muito difícil
competir com tal máquina de marketing. “50 Tons” foi, no espaço de 2 meses,
alvo de uma longa matéria na Veja, depois entrevista nas páginas amarelas e
essa semana reportagem de capa. O jornal “Estado de Minas” mencionou “Redes
Sensuais” em uma matéria sobre livros tórridos e quando perguntei se não interessariam
em publicar uma resenha completa me responderam que “seria muita repetição”.
Além de ser complicado competir com esse poder de fogo, ainda existe o
perigo de ser encarado como sendo uma “mera cópia” por pessoas que não sabem
que meu livro foi escrito em 2011. Por outro lado, “50 Tons” liberou homens e
principalmente mulheres para lerem livros picantes. Pelo menos por enquanto
existe um salvo-conduto nesta área da literatura. Isto eliminou o receio que eu
tinha de uma recepção muito negativa apenas por ser uma obra mais
explícita. Se essa “liberdade” vai continuar não sei. Mas por enquanto o
tema está na moda então as pessoas estão mais receptivas e abertas. Visto por
esse ângulo, trata-se do livro certo no momento exato.
Geyme:
“Redes sensuais” foi seu livro de estreia, você pretende seguir o caminho
de escritor? Tem algum novo trabalho em andamento?
L.Midas: Se escrever foi algo relativamente fácil e indolor, o
caminho para chegar até os leitores foi algo extremamente árduo. Pode-se dizer
que entrei no meio literário brasileiro da forma mais suja e perversa - Fui
roubado por uma editora desonesta que me prometeu mundos e fundos, e eu caí
igual a um patinho. Foi somente a crença que eu tenho um bom material que me
levou a continuar. Minha prioridade atual é tornar “Redes” um livro de sucesso.
Todo meu (pouco) tempo livre é dedicado a esse fim. Mas a verdade é que tenho
muitas ideias novas na cabeça....
SOBRE O AUTOR:
Nascido e criado até os 18 anos em Belo
Horizonte, morou nos Estados Unidos por cinco anos quando se mudou
definitivamente para a Suécia. Trabalha com tecnologia e informática em
empresas multinacionais, atuando principalmente na área de marketing e novos
negócios. Devido à sua profissão está sempre viajando por diversos países,
frequentemente como palestrante.