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Balada e pessoas são sinônimos de coisas estranhas



Sábado à noite, visitas em casa (para o marido), a festa começa cedo com as formalidades que eventos familiares exigem (música no ultimo volume, cerveja gelada e amigos bêbados). Era só um esquenta, logo a “família” se separaria provisoriamente; ELE para jogar bilhar, em um lugar chato com gente feia, eu ELA para o lado sofisticado da noite, com Karaokê, boa música e gente bonita!
A doida chega à balada com seu amigo inseparável a tiracolo (ou ao contrário). O lugar está cheio e não há lugar para sentar. Para cantar, há uma espera de uma hora, para buscar cerveja há fila. Pego uma bebida e vou ao lugar mais divertido do ambiente: o fumódramo! O fumódramo também está cheio, o ar impregnado pela atmosfera fumacenta. Alguém está cantando uma música que nos faz querer chorar. Lá fora faz dez graus, mas onde estou, cinquenta! O calor está infernal, suo até pelos olhos. Minha maquiagem começa a escorrer, o sapato me faz um calo e meu cabelo começa a armar (mau sinal)...
Meu amigo consegue dez centímetros de mesa. O espaço é pequeno, mas um beberrão desconhecido ao redor dos 50 e poucos anos, loiro, de cabelos compridos e dentes da frente separados, pede para apoiar seu copo em nossa mesa de dez centímetros. Ele toma uísque, e por seu comportamento tosco, percebo que a bebida já causa seus efeitos maléficos. Ele sobe no palco para cantar Ich bin Fritz e dedica a música a NÓS, seus grandes e melhores amigos (quem acabou de conhecer). Ele canta bem, embora tenha essa pose insolente de artista, e pior: boêmio e beberrão. O bêbado cantor retorna até nós muito cheio de si, acreditando que estamos orgulhosos dele. Para estimulá-lo, jogo milho:
“Puta merda, você canta bem demais, aposto que é profissional, aposto que já teve uma banda de Rock, que já cantou com o Paul MacCartney...!”
Era tudo que o cara precisava para ficar ainda mais presunçoso (não sei por que fiz isso, criei um monstro!). Seguro de seu talento musical nato, o bebum tira um pente de dentro do próprio cabelo (não sei como fez isso, deve ter sido mágica), e penteia sua cabelereira descontroladamente, tendo a mim como expectadora. Depois das madeixas escovadas, ele faz um movimento em slow motion e os balança para cá e para lá, acreditando ser Brigitte Bardot. Fico abismada, ele acha que minha boca aberta é pelo impacto da beleza de seus cabelos, mas não é! Meu espanto é porque reconheço nesse momento que a imbecilidade nesse mundo é como uma epidemia sem cura. Tenho a impressão que ele está dando em cima de mim, meu amigo acha que está dando em cima dele. O cara volta do fumódramo com uma conversa que não entendo, engasgado por catarro. A cada duas palavras ele precisa tossir, e a cada tossida, expele algo do pulmão e engole (deve ser pedaços do pulmão escangalhado). Penso: Preciso parar de fumar! Entendo finalmente quando vejo o cara tossindo e engolindo, engolindo, tossindo e voltando a engolir... Não entendo mais o que o cidadão fala (em alemão, com sotaque do interior e com a língua travada), na verdade, estou cagando e andando não me importa entender suas baboseiras! Deixo de pensar que fumar faz mal a saúde e volto ao fumódramo, pois não sei mais onde me enfiar ou o que fazer para matar o tempo. O fumódramo estaria vazio agora, se não fosse por um casal de lésbicas (uma obesa e uma anoréxica) se amando com um beijo violento de língua. Tento não olhar, mas não consigo, meus olhos têm vontade própria. Sou flagrada por uma das duas que sorri para mim. Eu retribuo o sorriso, e com essa atitude, elas se aproximam. Somos amigas agora! Uma delas me conta que esteve na cadeia duas vezes e sorri com dentes quebrados (deve ter sido alguma briga na penitenciária).
O amigo bêbado loiro chega e me pede um cigarro. Há um clima de hostilidade entre ele e a lésbica anoréxica. Ele a recrimina (deve ser por seus dentes descuidados), ela o enfrenta e ameaça matá-lo. Sua esposa obesa não a defende. Eu vou! Dou uma chave de braço nela e exijo que se acalme em nome de nossa amizade:
 “Você está louca? Controle-se, mulher estúpida! Quer voltar para a cadeia?”
Tenho vontade de dar-lhe dois tapas na cara, mas me controlo, pois afinal sou chique, estou de vestido social, cabelo escovado e uso salto alto, apesar de já estar com calos nos pés e vontade de enfiar um dedo no olho (mas isso ninguém sabe)! A música está péssima, aliás, os cantores são péssimos! Por que todo cantor de Karaokê acredita piamente que canta bem? Acho que a esperança deles é serem descobertos por um produtor a paisana que reconheça neles um grande talento...  Me arrumei toda de encontro a uma grande balada, e de repente, sinto que estou em um hospício, cercado por gente (ademais de louca), feia!
Digo às lésbicas que tenho que buscar meu amigo (preciso avisá-lo que nos metemos em uma casa de horrores), mas ele quer cantar. Elas seguem o meu cheiro até a mesa (e o cara loiro também, embora seja inimigo mortal de uma delas). Sinto que tenho um imã para atrair gente estranha. Agora, ao meu lado, estou com amigos que não são amigos, bêbados feito vacas, tentando estabelecer uma comunicação inteligível (pelo menos para mim, que não estou bebada o suficiente para entendê-los), enquanto meu amigo (de verdade) canta, sonhador. O cara loiro e uma das lésbicas voltam a brigar. Acabo de pegar uma cerveja, não aguento mais o ambiente suburbano em que me meti. Não quero mais apartar brigas, estou propensa a ver o circo pegar fogo e jogar arroz nas criaturas.
A lésbica volta para me encher o saco, pergunta, indignada, por que não comprei uma cerveja para ela, e valente, arranca o copo da minha mão, colocando sua boca (junto com os dentes quebrados) nele. Já não bebo, nem me divirto, quero ir embora, tenho inveja do meu marido que saiu para jogar bilhar... Estou assustada! Continuo com vontade de meter um dedo no olho e desaparecer.
Antes de ir embora, despisto o loiro, mas não escapo do casal de lésbicas que exige o número do meu celular para sairmos juntas mais vezes. Mal posso esperar por uma nova diversão como essa! Minto. Digo que não sou de Leipzig, mas as convido para me visitarem em Weimar, a cidade que morei por intermináveis oito meses. Anoto em um papel o nome e o número da minha antiga vizinha turca (quem sigo odiando com todo meu coração), pedindo encarecidamente que me liguem!

A vida noturna está perigosa, você sai para se divertir e ver gente bonita, mas só encontra esquisitos!! E eu que não sou flor que se cheire os atraio feito insetos para a luz... Sequer consegui cantar... Da próxima vez, vou jogar bilhar com meu marido, não haverá entretenimento, tampouco, tanta gente horrorosa e assustadora...

Essa é a prova em um momento na balada, onde eu ainda era feliz...
"Amigas" para sempre!

11 comentários:

  1. Desconfio que todo imã na verdade seja uma estranha habilidade de enxergar...

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  2. Uma noite de aventuras e perigos na floresta urbana!

    JOPZ

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  3. Não é por menos que você é uma contista de primeira. A leitura nos absorve e de repente chegamos ao final mas querendo mais.
    Muito bom mesmo.
    Abraço

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  4. Por isso que eu ainda prefiro um programa caseiro, ao menos convivo somente com minhas próprias esquisitices!

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  5. Juro que pensei que fosse mais um trecho de um novo livro seu. hahahahah! Que coisa, Geyme! Tem uma visão corrente do lado de cá que tais acontecimentos são mais afeitos aos americanos. Na verdade, o ser humano não difere muito em suas idiossincrasias afetadas pelo álcool e outros estimulantes. Cuide-se bem, amiga e um beijo grande.

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  6. Que loucura esta noite na balada, cheguei a cansar aqui e olha que eu nem tava na festa, hiuahiua, ainda bem que sou uma pessoa caseira, rsrs.

    Vanessa - Balaio

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  7. Olá Geyme querida,
    Quantas saudades de você!
    Esta balada deu o que falar, não? Diverti-me à beça, lendo seu conto, o qual adorei.
    Grande beijo, amiga.
    Maria Paraguassu.

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  8. UM ÓTIMO RESTINHO DE DE DOMINGO E UMA SEMANA ABENÇOADA.
    VÊ SE APARECE VIU SOME NÃO.
    BJU
    JESUS TE AMA.

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  9. Oi amiga, passei por aqui para lhe servir um cafezinho especial.
    Olha o cafezinho!!!
    Saindo fresquinho!!!
    Ele é feito com água da fonte da vida, fervido com fogo do Espírito Santo, misturado com pó da felicidade e adoçado com a doçura do amor, preparado pelos anjos do céu, servido especialmente pra vc.
    Bju

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  10. A noite pode até ter sido terrível, mas vc continua linda, até mesmo no lado dessas duas esquisitas aí, ahahaha

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  11. Meu Deuzzzz mulher! Vc já passou aqui trezentas vezes para me deixar seu Spam (lixo)! Para sua informação, sou ATEIA! Não gosto de Deus, nem do capeta e nem de gente como vc que polui os blogs com essas mensagens em massa, iguais para todos! Da próxima vez que aparecer por aqui, se quiser comentar algo, por favor, leia o post antes!!!
    Essa blogosfera está ficando insuportavelmente odiosa!!!

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1. Está vetado o linguajar muito sacana ou ofensivo - salvo exceções bem aceitas, do tipo: xingar o próximo (isso pode!).

2. Se quiser delirar, procure a torcida do flamengo, pois de sacana aqui já basto eu!

3. A gerência de marte agradece a compreensão!

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Qualquer semelhança desse blog com a realidade, é pura cagada.

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