É particularmente conhecida pelos grandes nomes da cultura alemã que aqui viveram: Goethe e Schiller, entre outros, mas também, mais tarde Nietzsche, este último quando já atormentado pela loucura.Goethe escreveu sobre esta cidade dizendo que "Weimar não é uma cidade com um parque, mas um parque com uma cidade" é mais do que um parque, mas uma oportunidade de conjugação entre uma cidade em grande movimento com a ocupação de tempos livres num espaço natural pacato, demarcando-se pela sua beleza extraordinária do ponto de vista paisagístico e da sua própria dimensão.
Bem, essas informações eu extrai da
wikipedia, embora estejamos morando nesta cidade há pouquíssimo mais de três
semanas. Terceiro apartamento, segunda cidade e quinta mudança nesse período de
dois anos, desde que estou casada com um alemão procurado pela
Interpol. Saímos de Leipzig, uma cidade com 500 mil habitantes para cair aqui,
nessa vila com 60 mil.
Falando em Weimar, a cidade é uma
gracinha (como diria a velha guerrilheira, Hebe Camargo), de praças até
padaria, tudo se chama Goethe (nesse aspecto, acredito que faltou um pouco de
criatividade aos weimaraneses). É complicado pedir informação na rua, pois não
raro, acontecem coisas do tipo:
- Oi, a senhora sabe onde fica a
farmácia do Goethe?
- Tem uma logo ali adiante, e na
próxima esquina, e no quarteirão a seguir, e...
e...
Como cidade pequena (ainda que
turística), não deixa de ser um pequeno lugar situado no interior, onde o
comércio fecha às 18 horas em ponto, e já às 19, não há mais mortos nem vivos
na rua. As lojas são pequenas e quem precisa ir de compras, deve visitar
Erfurt, a pequena Paris, situada ao lado.
Depois de haver sobrevivido há
mais uma mudança e ao pó que tudo isso gera, estamos bem instalados no lar,
doce lar! Nossos vizinhos são turcos legítimos (não sei como essa palavra soará
ao ouvido, mas vou arriscar deixá-la aqui). Um casal jovem com quatro filhos,
um cão Weimaraner (sim, dizem que daqui saiu a raça desse cãozinho), e uma
tartaruga! Meu marido foi o primeiro a conhecê-los, quando eu ainda estava em
outra cidade, e ele, já aqui.
- “Oh, vc precisa ver que
linda família! E que gentis... e que felicidade! Principalmente a vizinha, que
mãe dedicada...” - tagarelou-me meu amigável marido.
Acredito que essa cultura turca
de viver colado aos familiares, não se restringe apenas aos consanguíneos, já
que a vizinha agora, dada a insistência, é a amiga que
nunca quis tive!
A turca gostou tanto de mim
que não sai da minha casa (ela, o cão, a menor das capetas
filhas que pula no meu sofá e o pinta com esmalte enquanto a mãe, descontraída,
conta-me suas desventuras)!
Achei interessante ao princípio,
ter uma “amiga” de porta, pois ela nos traz café, bolo, emprestou a
filha mais velha, quando estávamos perdidos em meio de caixas, para que nos
auxiliasse a desembalar caixas, ficou com uma chave da nossa casa para
administrá-la quando não estamos, blá, blá, blá... mas a historia de ter
“intimidade” de forma ligeira, sempre acaba em merda incômodo.... eu não
sei se acontece isso com o resto da humanidade, mas é comum na minha vida que
as pessoas dividam comigo de forma muito "expontanea": segredos,
insatisfações, intimidades e sexo (o sexo delas mesmo, aquele que elas fazem ou deixam
de fazer, nesse caso).
Lembrei-me da percepção doce do
meu marido, ao contar-me sobre a vizinhança quando eu
ainda não os conhecia, no instante que a escutava dizer:
- “Sorte a de vocês que
não tem filhos! Você acha que sobra dinheiro pra comprar uma calcinha pra mim?
Você acha que tenho tempo para ir ao cabeleireiro? Você acha que consigo cagar
sem que batam na porta? Nem sexo eu consigo ter, eu quero transar, puta que o
pariu!!!!!”
Isso é só pra fortalecer o
ditado: “As aparências enganam”
Bem, a desejosa vizinha
toca a minha campainha às 8 da manha, sem suspeitar que tenho uma vida boemia e
tanto posso acordar às 6 como ao meio-dia... Depois, reclamou sobre o
barulho de minha máquina, "lavando a roupa suja", (sem trocadilhos) e
me pediu ajuda para instalar um guarda-sol de trezentos quilos em seu terraço,
supondo ela, que sou o Rambo!
Semana passada, enquanto ela
batia à porta, eu me escondia dentro de casa... Se seguir assim, parece que
quem não conseguirá mais usar o banheiro sou eu...
Será que é só implicância da
minha parte ou já estarei contagiada com a impaciência alemã? Será que a chata
do caraio é ela ou sou eu?? Não sei, não sei, não sei!! Mas nesse ritmo,
ou a amizade será curta, ou em breve, teremos a sexta mudança...
Como não sou boba, já tirei o
tradutor do blog... Vai que dá uma zica e ela pinta por aqui, nunca se sabe...
posso reclamar, resmungar e bater o pé, mas continuo cagalhona e boca
mole!!
Ach du
Scheiße!!!
Porra! Ontem, em email, reclamei da ausência dessa sua verve hílare, dessa forma toda "especial" de dizeres as coisas, que tanto me diverte. Terá sido "transmimento de pensação"? Rsrsrs. Agora, Geyme, imagine se fosse o sociopatazinho aqui em seu lugar! Já teria me suicidado, assassinado a turca, ou a mandado à PQP. Kkkkkkk. Será que ela irá convencê-la a se trajar com burka (ou ela não usa?). Rsrsrs
ResponderExcluir@Assi Sales:o Por sorte ela é turca, mas mora na Alemanha há tanto tempo, que já está mais inclinada para a cultura batata que a do sangue (embora seja muculmana)... Ela nao usa burka, mas se usasse e me pedisse para o fazer tb, aí, nesse caso, estou segura de que deixaria de ser boca mole, hahahaha
ResponderExcluirPode mexer com meu marido, meu dinheiro e minha casa, só nao toma o meu vinho ou me ofereca religioes, hahahaha Eu viro uma fera!!:l Beijos, querido!!!
kkkkkkkk Bom texto! Ia rebuscar uns palavrões "bem aceitos", mas meu espírito está travado por um pensamento escondido em algum canto do cérebro (talvez ao fundo) e não consegui organizar mais que um comentário cansado.
ResponderExcluir@Tarcicio AndradeAhh Tarcisio, na verdade, os palavroes estao sempre liberados para amigos, só tento impedir o povo estranho de escolhambar aqui, hahaha
ResponderExcluirBeijao!!!:c
Olá Geyme, rsrsrs, tenho a ligeira impressão que você terá sim, outra mudança. Mas como disse, é apenas uma impressão (nunca um vaticínio, rsrsrs). Sou meio bicho-do-mato, acho que vizinhos são para ajudarem-se mutuamente em situações especiais, sem confidências e sem muita convivência. Não dá certo, alguém se machuca, alguém vira chato do caraio. E a amizade... já era.
ResponderExcluirDúvida cruel: aquele cãozinho é o tal Weimaraner? Tem certeza? É que eu tenho um, bem diferente... ai, ai,ai, rsrsrs.
Adorei o texto, leve e divertido.
Bjsssssss
@Marli BorgesOi Marli!!! Esse caozinho da foto na verdade sou eu, escondendo-me dela, hahaha
ResponderExcluirO Weimaraner geralmente é cinza, com olhos verdes, de porte grande, magrelo e elegante! Se o seu é assim, com certeza é um deles!! Super beijo!!:t
Gsotei muito do lugar, nunca pensei em visitar a Alemanha, mas depois dessa descrição, quem sabe um dia não passe por lá... Adorando o blog e passando para deixar um abraço. Gostaria de agradecer também por me seguir, fico feliz... E eu fiquei como o seguidor 400 no seu! Eba!!! Toda especia minha participação... Pena que não sou o 1000, mas qualquer coisa, crio um outro perfil... =)
ResponderExcluir@Leonard M. CapibaribeE bota participacao especial nisso, Leo!!!
ResponderExcluirObrigado por estar aqui e ter preenchido a vaga de ouro! Quando o blog chegar perto dos 1000 seguidores eu te aviso, pra vc nao perder esse posto, hahaha)
Beijao!!!!
Oi, Geyme. Não tem como não dar muita gargalhada dessa tragicomédia. Segundo a nossa filósofa Angélica (isso mesmo, aquela da TV), a intimidade só serve para engravidar (não será o seu caso com a vizinha) e para o desrespeito. Acho que é por aí. hahahahaha! Desculpe. Abração. paz e bem.
ResponderExcluir@josehahahaha O louco, meu! A Angelica mesmo? (aquela que ia de taxi??) :e
ResponderExcluirbem..., E nao é que essa filosofia faz todo sentido?? Ela está certíssima, hehehe
Beijos, Cacázinho!!:g
Putz, com uma vizinha assim,eu nem abriria mais a porta.QUE SACO!!! Pior é que elas incorporam e acham que são íntimas...Sai dessa e vê se te livra dessa bomba.
ResponderExcluirEu não tenho saco pra isso. Quando estou dentro de casa quero ter minha paz pra fazer o que quero ou queremos, sem sarnas galegas junto.rsr
um beijo e boa sorte! chica
Putz! Morei tempo demais em sampa e acabei contaminada pelo "não sei quem é meu vizinho e tb não estou interessada", para poder lhe dar uma opinião que preste. Diz pra ela que vc tem surtos psicóticos que não têm data pra acontecer..rs.
ResponderExcluirBjo!
Kkkkkkk... E o idiota aqui (EU) sequer havia visto a foto onde "você" está a esconder-se!
ResponderExcluir"de praças até padaria, tudo se chama Goethe" Bem brasileiro kkkkkk
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