Cirque du Soleil, Saltimbanco!

Mochilinha pronta, Leipzig, rumo a Berlim, apenas 1 hora de trem e muita expectativa. Desde pequena desejei ver o Cirque du Soleil, mas não tive oportunidade, pois ora os via com apresentação em outros países, ora em outras cidades que não podia ir (ou porque era jovem demais para encarar a distancia sozinha, ou porque na maioria das vezes, faltava "dim-dim"). É meio irônico, pois eles estiveram começo do ano no meu país e dessa vez, eu (que já sou uma jovem senhora, ainda que continue sem grana...), não pude ir por viver em outro lugar do mundo. Bem, lamentações a parte, sábado assistimos a trupe canadense em Berlim, no espetáculo Saltimbanco, já com a primeira música e (e diga-se de passagem, eles tem uma coletânea própria arrepiante), uma lagriminha insistente, lutava por cair de meus olhos. Fiquei maravilhada com a performance eloquente, a alegria, a inovação criativa, a técnica apaixonada, o preparo físico e toda aquela arte corpórea escancarada ao público, desavergonhadamente.

Se você é daquele que jura pela mariquinha não gostar de palhaço e o considera sem-graça, o Cirque du Soleil rompe qualquer conceito sobre o artista em questão!
Agora, estava eu cá com meus dois botões... coçando-me e perguntando-me como pode ser que esses profissionais que se dedicam com afinco para "prestar entretenimento" e fazerem outros rirem, possam levar o serviço tão a sério...

Para quem não sabe...

No palco, estão 50 artistas de 15 nacionalidades, sendo três brasileiros - entre acrobatas, ginastas, palhaços, atores, músicos, cantores, dançarinos e demais artistas circenses. A montagem utiliza mais de 250 figurinos, 200 pares de sapato e 500 objetos de cena, além de arrojadas plataformas invertidas suspensas, que trazem os artistas à cena.

A trilha sonora, traz músicos, tocando ao vivo e revezando-se em vários instrumentos, desde violinos até guitarras. Os vocais variam entre a fragilidade de uma voz infantil e uma poderosa voz masculina, para criar uma atmosfera intensa e sensível.

Fiquei deslumbrada, maravilhada, e agora, todo e qualquer adjetivo seria apenas uma repetição ineficaz de tentar reproduzir minhas emoções. Jamais havia visto um espetáculo semelhante, e não só pelo encantamento do show em si, mas por imaginar o ritmo de trabalho incessante, a dedicação, a continuidade das mesmas técnicas realizadas pelos artistas, milhões de vezes, para proporcionar ao publico, algo inesquecível!
Fiquei arrepiada lá, e ainda agora, ao escrever...