No começo é
embriagante a beleza proposta pela neve, os pequenos flocos branquinhos caindo
do céu, todos, indefinitivamente, diferentes uns dos outros, mais uma maravilha
proporcionada pela natureza. Olhos virgens, curiosidade, a visão glacial
totalmente branca transmite uma luz única, um brinde aos olhos. Homens de neve,
crianças fazendo guerra pacífica nas ruas com bolas brancas de gelo em mãos,
chocolate quente e aquecedores ligados ao último...
Lamentavelmente, devo
admitir com relutância que até a beleza cansa. Depois de algumas semanas a
curiosidade é substituída por cansaço, a magnitude gélida dá lugar a saudade
dos tempos quentes e o sol pairando sobre as cabeças, os corpos com poucas
roupas, os braços de fora, o leve suor correndo pelas entranhas do corpo, a
cerveja gelada na geladeira...
Pensei que jamais me
cansaria, agora, vejo que jamais me acostumarei...